“Quem perde não é Chiara, e sim o governo de Minas”. Foi assim que a deputada Chiara Biondini (PL-MG) avaliou a represália da gestão Romeu Zema (Novo) após três servidores ligados à parlamentar serem exonerados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública. Ela votou contra o governo nas emendas da oposição que pretendiam conceder ao funcionalismo 10,67% de recomposição.

 

A decisão foi tomada na véspera da votação em segundo turno do projeto de lei 2309/2024, que estabelece o reajuste linear de 4,62% dos servidores do Estado.

 

 

“Dormi e acordei hoje (quarta-feira) com a foto do Diário Oficial mostrando que a subsecretária de política sobre drogas e dois assessores dela foram exonerados. Não recebi uma ligação do governo, tentei entrar em contato de várias formas, todas não atendidas. Imagino que a decisão veio pela minha votação. Minha postura já estava clara desde antes de ser eleita. Sempre estarei ao lado da segurança pública”, afirmou ao Estado de Minas.

 

De acordo com Chiara, ela teria sido apoiada pelo pai, o deputado federal Eros Biondini (PL-MG). “Essa é uma posição, não só minha, mas também do meu pai, há cinco mandatos. Porque o que é certo, é o certo. São nossos servidores que cuidam de nós durante a noite. Minha decisão foi comunicada ao governo”, afirmou.

 



 

De acordo com fontes na ALMG, a represália na verdade começou depois de uma discussão entre Chiara e o líder do governo, João Magalhães (MDB). Chiara é vice-líder de Zema na Casa. O deputado chegou a tentar persuadir a deputada, mas não conseguiu.

 

“Isso foi uma tentativa de me amedrontar, ameaçar e fazer mudar meu voto. Talvez tenha acontecido porque sou mais nova, porque sou mulher. Acharam que eu mudaria de ideia, mas não mudei”, concluiu.

 

A reportagem procurou João Magalhães, mas ele não respondeu até a publicação deste texto.

compartilhe