O tempo está correndo para o Partido Liberal (PL) em Belo Horizonte. Com a chegada das eleições municipais, a busca pelo vice na chapa do deputado estadual Bruno Engler (PL) vem movimentando os bastidores.

 

O fato é que, sem a vinda confirmada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à capital, que pretende persuadir o governador Romeu Zema (Novo) a liberar a ex-secretária Luísa Barreto (Novo) para o cargo, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, precisou assumir as negociações.

 



Segundo apurou o Estado de Minas, existe uma briga de egos dentro do partido. A tomada de protagonismo de Valdemar neste momento crucial da campanha reflete os desafios que o presidente do PL vem enfrentando com Jair Bolsonaro.

 

De fato, o ex-presidente escolheu apenas três capitais para protagonizar campanhas - Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro - e até o momento, não pisou em BH para apoiar sua maior aposta, Bruno Engler.

 

Como já adiantou o EM, Luísa não deseja ser vice em nenhuma das chapas em que é cotada. Porém, dentro do Novo, a impressão não é a mesma. Isso porque alguns membros do partido acham que a melhor forma de emplacar a ex-secretária de Zema é a colocando como vice em alguma chapa da direita. Por isso, existe uma brecha para negociação.

 

A ideia era que o ex-presidente Jair Bolsonaro conseguisse convencer Romeu Zema a pressionar Luísa. Apesar de não serem amigos íntimos, o governador já deixou claro que tem uma parceria política com o chefe da extrema-direita. 

 

Bolsonaro pretendia ter essa conversa em abril, mas cancelou todas suas agendas em Belo Horizonte devido a um problema de saúde. Ele, inclusive, iria participar de um evento onde estava previsto o lançamento da pré-candidatura de Engler. Agora, no momento, parece que só virá no evento oficial de candidatura, quando o deputado estadual for confirmado como líder de chapa do PL.

 

Sem Bolsonaro no jogo, Valdemar assume as negociações. Ele, que chegou a BH ontem (10/6), já se sentou com o governador e contou à imprensa sobre sua tentativa de negociação. Segundo ele, a candidatura de Engler é um dos maiores investimentos do partido nesta disputa. “O Bruno vai ser um dos candidatos mais prestigiados pelo Bolsonaro no Brasil, pela direita e pelo nosso pessoal”, afirmou.

 

Apesar da fala do presidente do PL, Engler não vem performando bem nas pesquisas e por isso, o apoio de Zema seria crucial. Ter Luísa como vice não representa apenas uma unidade com o Novo, mas também ganhar o acolhimento do governador podendo impulsionar a campanha.

 

Segundo pesquisa do Instituto Viva Voz, encomendada pela Alterosa, Engler tem 5% das intenções de voto.

 

Reaproximação

Mesmo sem uma decisão final sobre Luísa, Zema vem se aproximando do PL. Em um aceno confirmado à base na ALMG, colocou Alê Portela na Secretaria de Desenvolvimento. Com isso, Amanda Teixeira Dias (PL) - filha do ex-ministro do Turismo de Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio - tomou posse na Assembleia, compondo exatamente com outros membros do PL, como Caporezzo, Chiara e Engler.

 

Sem respostas

Enquanto Luísa não aceita o convite e ainda flerta com outras candidaturas, como a do senador Carlos Viana (Podemos) - que tem ao seu lado um dos mais influentes secretários do governo Zema, Marcelo Aro - o PL também não descarta outras alianças. Engler chegou a convidar João Leite (PSDB) para a chapa, mas o convite foi negado.

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