O ex-deputado distrital Berinaldo Pontes foi alvo de busca e apreensão por agentes da Polícia Federal em Planaltina, na manhã desta quarta-feira (12/6). Fontes ouvidas pela reportagem pontuam que o ex-parlamentar figurava como “laranja” no esquema de desvios do fundo partidário e eleitoral do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) nas eleições de 2022. Berinaldo foi deputado distrital de 2007 a 2010. 

 

Os policiais federais cumpriram o mandado na residência de Berinaldo. De acordo com as investigações, o ex-distrital faz parte de um seleto grupo de candidaturas laranjas nas eleições, com o intuito de recebimento de dinheiro do fundo partidário.

 

Candidato a distrital na última eleição, Berinaldo conseguiu repasse de R$ 1,2 milhão do Pros – que foi incorporado pelo Solidariedade em 2023. A movimentação, segundo a PF, é de candidatura laranja. Ele chegou a presidir o partido no Distrito Federal.

 

À reportagem, fontes salientam que a partir dessas candidaturas, o grupo criminoso teria lavado o dinheiro desviado para a criação de empresas de fachada. Outro alvo da operação é Eurípedes Gomes Júnior, presidente nacional do Solidariedade. Os agentes tentam cumprir o mandado em aberto contra ele, mas até o momento não foi encontrado.

 

Correio Braziliense entrou em contato com defesa de Berinaldo, mas não teve resposta. O espaço ficará aberto para manifestações.



Investigações

 

Segundo a PF, as investigações tiveram início a partir de denúncia de um presidente de partido, que acusou um ex-dirigente de desviar aproximadamente R$ 36 milhões.

 

Ao todo, estão sendo cumpridos sete mandados de prisão preventiva, 45 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo e no Distrito Federal, bloqueio e indisponibilidade de R$ 36 milhões e o sequestro judicial de 33 imóveis, deferidos pela Justiça Eleitoral do DF.

 

"Por meio de Relatórios de Inteligência Financeira e da análise de prestações de contas de supostos candidatos, foram localizados indícios que apontam para existência de uma organização criminosa estruturalmente ordenada com o objetivo de desviar e se apropriar de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral, utilizando-se de candidaturas laranjas ao redor do país, de superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação do partido", informou a PF.

 

Os atos de lavagem de dinheiro foram identificados por meio da abertura de empresas de fachada, aquisição de imóveis e superfaturamento de serviços prestados aos candidatos laranjas e ao partido.

 

Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.

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