Na noite da última terça-feira (18/6), a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) criticou a performance antiaborto realizada em sessão no Senado. A Casa Legislativa promoveu uma audiência pública para debater a proibição do procedimento de assistolia fetal em casos de estupro. A cena produzida no debate público irritou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (União Brasil-MG).

 

Soraya desafiou a atriz a simular uma cena de estupro. “Quero ver ela encenando a filha, a neta, a mãe, a avó, a esposa de um parlamentar sendo estuprada”, desafiou a congressista. 


Em sessão no plenário, Thronicke diz que gostaria do contato da atriz. "Sabe por quê? Porque eu quero ver ela encenando a filha, a neta, a mãe, a avó, a esposa de um parlamentar sendo estuprada. Se encenaram um homicídio aqui ontem, que encenem o estupro”, desafiou.

 

 



  

A senadora continuou: "Pergunto para vocês: se é a filha de um parlamentar aqui, com 10 anos, com 11 anos, com 18 anos, com 20 anos, que é estuprada, esse parlamentar, diante de um flagrante delito, é obrigado a denunciar. Ele vai fazer o quê? Vai denunciar a filha para 20 anos de cadeia?". O PL 1904/24 equipara o aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio simples.

 

Soraya ainda sugeriu que, caso a esposa de algum parlamentar for estuprada e engravidar, o parlamentar irá concluir a gestação: "Ele [parlamentar] vai acompanhar a gravidez decorrente do estupro na esposa dele e vai dar toda a atenção. No dia em que nascer, ele vai escolher se assume essa criança ou se ele a dá para a adoção".

  

 

A senadora completou dizendo que é contra o aborto, menos em casos já autorizados pela legislação brasileira. São eles: se o feto for anencéfalo, se a gravidez for fruto de estupro ou se não houver outro meio de salvar a vida da gestante.

  

Na apresentação, realizada na Casa Alta a convite dos senadores que apoiam o PL, a contadora de histórias Nyedja Gennari reproduziu as supostas falas de um feto durante uma sessão de aborto. “Não! Não acredito! Essa injeção, essa agulha! Quero continuar vivo. Vai doer muito. Por Deus, eu imploro!”. A história interpretada com detalhes do procedimento abortivo foi aplaudida pelos conservadores no Senado e transmitida ao vivo pela TV Senado.

  

  

Em justificativa, Nyedja diz que “essa história, embora trágica, dolorosa, é um chamado para reflexão, para que todos compreendam a seriedade e as consequências do aborto”.

 

A apresentação foi motivo de desaprovação do presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Como publicado pelo Poder360 e confirmado pelo Estado de Minas, Pacheco desaprovou o fato de não terem sido convidados especialistas contrários ao projeto de lei do aborto.

 

 
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