RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O presidente Lula afirmou nesta quinta-feira (20/6) que terá cuidado ao decidir em que palanques subir nas eleições municipais. O objetivo, disse ele, é evitar melindrar partidos aliados, gerando um "revés no Congresso".


"Embora eu pertença a um partido político, eu tenho uma base de apoio no Congresso que extrapola meu partido. Então, eu tenho que levar em conta, nas cidades [em que] esses partidos que me apoiam estão disputando, quem são os adversários", afirmou ele, em entrevista à rádio Verdinha, de Fortaleza (CE).

 

"Naquele em que os adversários forem ideológicos, dos negacionistas, você pode ter certeza que eu vou fazer campanha. [...] Vou fazer campanha para os candidatos que eu acho que vão melhorar a vida do povo. Mas com muito cuidado, porque também não posso ser pego de surpresa e ter um revés no Congresso Nacional de descontentamento", disse Lula.

 



 

A fala revela a preocupação do presidente com a base frágil no Congresso, que vem acumulando derrotas nas últimas semanas.

 

 

Em São Paulo, o presidente decidiu se empenhar na pré-candidatura do deputado Guilherme Boulos (Psol). O principal adversário é o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

No Rio de Janeiro, ele deve apoiar a reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD), que tem como principal adversário o deputado Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na gestão Bolsonaro. O deputado Tarcísio Motta (Psol), da base do governo, também é pré-candidato.

 

 

Lula voltou a dizer que pode concorrer à reeleição para evitar a vitória de "negacionistas".

 

"Não posso discutir minha candidatura agora. Se chegar na hora de decidir, eu perceber que os negacionistas que destruíram esse país, que passaram a ideia de que o que vai melhorar esse país é vender arma para o povo, é fazer escola cívico-militar, mentira na internet, mentira sobre religião, eu vou fazer um esforço incomensurável para não deixar um negacionista voltar a presidir o nosso país", disse ele.

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