Em visita a Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rasgou elogios ao presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e disse que ele seria um “extraordinário” candidato para o Governo de Minas em 2026. O petista, contudo, evitou cravar um apoio imediato ao parlamentar e afirmou que precisa de cautela ao falar sobre as alianças.
“2026 é outra história, não é que o Pacheco é meu candidato. Se ele quiser ser candidato, será um extraordinário candidato do povo de Minas Gerais, eu tenho dito isso para o Pacheco. Ele só não será se não quiser, não sei se ele quer ser senador ou outra coisa. Eu considero o Pacheco a mais importante personalidade de Minas Gerais hoje, uma pessoa pública, competente e jovem. Ele decide o que quer fazer, o que eu posso dizer é que quero estar junto”, disse Lula.
Pacheco e Lula nutrem uma relação próxima desde que o senador encabeçou a discussão para a repactuação da dívida dos Estados com a União. Com interesse em especial pelo débito de Minas Gerais, que ultrapassa os R$ 160 bilhões, o presidente do Congresso deve apresentar um Projeto de Lei Complementar na próxima semana que cria novas condicionantes para reduzir os valores.
Segundo Lula, a União precisa de parte do dinheiro da repactuação da dívida para aplicar em obras nos Estados. “O companheiro Pacheco está comprometido com o governo federal, com Minas Gerais. Queremos fazer um acordo da dívida de Minas Gerais. A hora que a proposta estiver mais ou menos, vamos anunciar”, afirmou o presidente.
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Nessa quarta-feira (26/6), Pacheco voltou a se reunir com representantes do Governo de Minas para discutir a questão. Em coletiva após o encontro, o secretário de Estado de Governo, Gustavo Valadares, disse que não descarta a possibilidade de votar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) considerando o prazo limite de 20 de julho para voltar a pagar os débitos.
Pacheco considera o RRF danoso ao estado, uma vez que a dívida poderia atingir R$ 210 bilhões no final do ano e limitar o reajuste dos servidores e a realização de concursos públicos. O projeto do senador envolve medidas como a federalização de estatais mineiras, como a Cemig e Copasa, e o uso de valores relativos aos acordos pelas tragédias de Mariana e Brumadinho como forma de amortizar as cifras da dívida.
Eleições
As declarações de Lula foram dadas em entrevista à Rádio Itatiaia, durante agenda em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Questionado sobre o pleito de 2024, o presidente evitou falar em apoios nas eleições municipais, mas lembrou da história do Partido dos Trabalhadores (PT) em Minas Gerais.
“Obviamente queremos voltar a governar muitas cidades, mas sempre com muita cautela para não brigar com nossos aliados. Precisamos construir alianças porque precisamos defender a democracia”, frisou.