Sem discursar ou chamar atenção para si, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), foi o político mais citado durante o primeiro dia da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Minas Gerais. Possível candidato ao governo do estado em 2026, o senador foi mencionado em todos os discursos proferidos no palanque em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

 



Pacheco participou da comitiva do presidente Lula, mas preferiu não discursar durante passagem do presidente em Contagem. O fato foi mencionado pelo presidente em comício. De acordo com o chefe do Executivo federal, foi preciso convencer o líder do Congresso a embarcar em Brasília rumo a Belo Horizonte.

 

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“Eu falei: Você precisa vir tomar um banho do povo de Contagem. Ver essa gente. Ele não quer falar, está tudo bem. Não precisa falar. Mas preciso agradecer o povo de Minas por me dar o Pacheco”, declarou.

 

Chamar Pacheco para participar do comício faz parte da estratégia de Lula de impulsionar o nome do presidente do Senado para o governo de Minas Gerais.

 

 

O que chama atenção é que outro candidato ao pleito de 2026 dividia o palco com o presidente: o vice-governador, Matheus Simões (Novo), indicado como sucessor do governador Romeu Zema (Novo). O novista foi completamente ignorado por Lula, que nem ao menos citou seu nome ao ler a ata cerimonial do evento.

 

“Não conhecia o Pacheco. O conheci quando houve aquela tentativa de golpe em 8 de janeiro, quando tentaram fechar o Congresso Nacional e destruir a Suprema Corte. Vi que esse homem, além de ser um mineiro muito importante, tem a coragem de dizer que, enquanto ele fosse o presidente do Senado, a democracia não correria risco nesse país”, afirmou Lula. “E é por isso que cresceu a minha admiração. Todas as coisas que a gente precisa aprovar em benefício do povo brasileiro, quando eu preciso, vou ao Pacheco”, seguiu.

 

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), também não poupou elogios ao colega de partido. Durante a cerimônia com Lula, ele indicou Pacheco como candidato natural ao governo de Minas em 2026. “Liderança histórica que defendeu a democracia do Brasil”, afirmou Silveira.

 

 

“Você é motivo de muita alegria. Tem jornalista pressionando o presidente, perguntando se Pacheco vai ser candidato a governador. Para mim, ele é o resgate da política em Minas Gerais”, continuou.

 

O presidente do Congresso ainda foi citado pela prefeita Marília Campos (PT), pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, e pelo ministro dos Transportes, Renan Filho.

 

De portas fechadas

 

Pacheco também participou de uma reunião no aeroporto da Pampulha, em BH. Na pauta, as eleições municipais de 2026 na capital.

 

Além do senador e do presidente, estavam presentes Silveira e o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD).

 

Rogério Correia (PT), pré-candidato do Partido dos Trabalhadores para a PBH, não estava no local. O deputado federal já esperava Lula em Contagem.

 

Embora BH conte com uma candidatura petista, Lula já havia prometido seu apoio a Fuad, que tenta a reeleição. Até o momento, o presidente não expressou apoio total à candidatura de Correia, apesar de o deputado ser o nome escolhido pelo PT.

 

A exclusão de Fuad da sua lista de aliados pode ainda causar um estremecimento na relação de Lula com Pacheco, um dos caciques do partido do prefeito de BH. Essa, inclusive, foi uma das pautas que o presidente levantou na reunião.

 

Nos bastidores, existe tensão sobre a chegada de Lula em BH nesta sexta-feira (28/6). Fuad deve comparecer ao evento que promete anúncios de investimento do governo federal em Minas. Quem também vai estar presente é Correia, que deve dividir o palanque tanto com o prefeito quanto com o presidente.

 

Lula vai estar no Minascentro às 10h desta sexta.

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