Em sua quarta passagem por Minas Gerais neste mandato, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retornou a Belo Horizonte na manhã desta sexta-feira (28/6) para uma cerimônia de anúncio de investimentos do governo federal no estado que remontou à primeira visita presidencial à capital mineira, ocorrida em fevereiro deste ano.

 

O evento sediado em auditório no Centro da cidade teve uma apresentação de ministros antes da fala do petista e foi marcado por discursos com críticas ao governo Bolsonaro; exaltação à atual gestão e ao também presente presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e por poucas novidades em relação aos anúncios já realizados no início deste ano.



Lula foi precedido pelos líderes das pastas de Cultura, Margareth Menezes; da Educação, Camilo Santana (PT-CE); dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL); de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG); e das Cidades, Jader Barbalho Filho (MDB-AM). Cada um dos ministros trouxe cifras destinadas à Minas no âmbito do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A maior parte delas já estava presente nos anúncios feitos em fevereiro ou em comunicados posteriores.

 

Renan Filho, Jader Filho e Alexandre Silveira se destacaram entre os ministros que fizeram críticas mais agudas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além de recordações aos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília, foram feitas comparações com os investimentos federais em Minas na gestão anterior e os previstos e já aplicados no atual governo.

 

 

Lula e a comitiva de ministros chegaram a Minas na quinta-feira (27/6), quando participou de evento de construção da Avenida Maracanã em Contagem, na Grande BH. Com a presença de Marília Campos (PT) prefeita contagense e pré-candidata à reeleição da cidade pelo Partido dos Trabalhadores, o evento teve um tom eleitoral, abandonado em BH para dar lugar a caráter institucional nesta manhã.

 

Além dos ministros, estão presentes na capital deputados federais e estaduais da bancada do PT e outras legendas ligadas ao campo progressista e pertencentes ao bloco governista. Duda Salabert, pré-candidata à Prefeitura de Belo Horizonte pelo PDT e Rogério Correia, nome do PT na disputa, dividiram o palco.

 

Após a agenda em BH, Lula e os ministros partem para Juiz de Fora para o lançamento de um viaduto. Na Zona da Mata, a tendência é que o evento volte a ter tom eleitoral, já que o presidente será recebido pela atual prefeita e pré-candidata à reeleição, Margarida Salomão (PT).

 

O que foi anunciado


A estrutura do evento em Belo Horizonte repetiu a primeira visita do presidente de fevereiro, com os ministros assumindo o microfone um por vez e precedidos de um rápido vídeo em que as cifras dos investimentos eram anunciados no telão do auditório.


A primeira a falar foi Margareth Menezes. Em meio a exaltações ao presidente Lula e o que a ministra considera um governo que valoriza a cultura em detrimento da antiga administração, ela anunciou que um terço de toda a verba destinada a preservação de patrimônio histórico e cultural no orçamento do PAC será investida em Minas Gerais e que todas as cidades históricas do estado serão contempladas no programa.


Camilo Santana veio em seguida e deu destaque inicial ao investimento em Institutos Federais em Minas. Serão abertos oito novos campi, conforme já adiantado em fevereiro. O ministro da Educação anunciou R$ 200 milhões na expansão de estruturas e R$ 177 milhões em obras de consolidação.


Santana foi seguido por Renan Filho, que começou sua fala elogiando Rodrigo Pacheco o que considerou uma postura corajosa em defesa da democracia após os atentados de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes em Brasília. O panegírico ao senador foi seguido por comparações de investimentos na malha ferroviária entre os governos Bolsonaro e Lula.


Renan Filho reiterou o anúncio que seis dos 12 leilões de estradas previstos para o ano serão de vias que passam por Minas Gerais. O ministro também divulgou a data do pregão de concessão da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares, previsto para 29 de agosto.


Figurinha carimbada em todas as passagens de Lula por Minas, Alexandre Silveira repetiu o discurso em tom inflamado de defesa do governo federal feito por Renan Filho. Na sequência, o ministro de Minas e Energia focou na união dos programas Minha Casa Minha Vida e Luz Para Todos, que terá investimentos na casa de R$ 3 bilhões e instalação de placas fotovoltaicas em 500 mil unidades consumidoras em todo o país. 


Lula fechou o evento que retomou os elogios a Pacheco e uma série de referências e recordações às suas passagens prévias por Minas Gerais desde seus primeiros passos na política na década de 1980, como líder sindical. Mas também houve espaço para anúncios na fala do presidente: a primeira dama Janja foi convidada a tomar o microfone e explicar o funcionamento do “ComunicaBR”, plataforma digital para entrega de obras do governo federal.


 

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