O calendário eleitoral de 2024 afastou o governador Romeu Zema (Novo) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a visita do mandatário a Minas Gerais nessa última semana. Em corrida para expressar apoio aos seus pré-candidatos, os dois políticos se reuniram com prefeitos e prefeitas tendo em vista que, a partir do próximo dia 6 de julho, os pretendentes às administrações municipais ficam proibidos de comparecer a inaugurações de obras públicas, três meses antes da data do primeiro turno, em 6 de outubro.

 

Apesar do "desencontro" e das divergências políticas, Zema e Lula se reuniram em duas ocasiões em terras mineiras e tiveram um encontro em Brasília para discutir a dívida com a União, avaliada em R$ 160 bilhões. Em outro momento, que causou mais desconforto entre os dois, o Palácio Tiradentes afirmou que o governador não foi chamado para a inauguração de uma fábrica de insulina em Nova Lima, na Região Metropolitana de BH, mas o Planalto disse que houve, sim, o convite.

 



Dessa vez, em passagem por Contagem e Belo Horizonte, Lula foi recepcionado pelo vice-governador Mateus Simões (Novo), que, em coletiva após o evento na capital mineira, na sexta-feira (28/6), justificou a ausência de Zema com a imprevisibilidade dos eventos anunciados 48 horas antes e os compromissos do chefe do Executivo mineiro com prefeitos.

 

“A gente não tem como controlar a agenda do presidente e pedir antecedência, porque entendo que é uma agenda complexa, mas ficamos sabendo dos eventos com 48 horas de antecedência e a agenda do governador fecha antes disso. O governador está com o mesmo drama que o presidente da República. Por que o presidente está percorrendo tantos estados hoje, amanhã e depois? Pelo mesmo motivo que o governador está percorrendo tantas cidades”, disse Simões.

 

O vice-governador ainda lembrou da data limite para os prefeitos participarem das inaugurações de empreendimentos ao lado dos mandatários e dos interesses eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT), em especial Contagem e Juiz de Fora, as duas principais cidades governadas pela legenda no Brasil.

 

“O governador não pode estar em Belo Horizonte e deixar de atender os prefeitos que vêm caminhando com ele. Afinal de contas, mais de 600 prefeitos apoiaram o governador na eleição em 2022. O governador simplesmente não dá atenção para esses prefeitos, que estão no ‘finalzinho’ do período em que podem estar juntos. Seria uma falta de cortesia”, completou.

 

Agendas

 

Na quinta-feira, Lula esteve em Contagem ao lado da prefeita Marília Campos (PT), para inaugurar as obras viárias da Avenida Maracanã. A petista está em seu terceiro mandato governando a cidade e, até o momento, é favorita para obter a reeleição. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a cidade tem um eleitorado de 452.185 pessoas, o terceiro maior do estado.

 

No mesmo dia, Zema iniciou uma peregrinação pelo Norte de Minas e passou por cinco cidades, onde participou de encontros com lideranças políticas regionais e inaugurou obras de saúde, educação e infraestrutura. O governador esteve em Mamonas, com o prefeito Valdeci Custódio Jorge (PRD); Mato Verde, do prefeito Pedro Henrique Horta (Podemos); Catuti, prefeito do Delermando do Nascimento (União Brasil); e Monte Azul, do prefeito Paulo Dias Moreira (MDB).

 

 

Na sexta-feira, Lula iniciou o dia com evento em Belo Horizonte na presença de três pré-candidatos à prefeitura da capital - a deputada estadual Bella Gonçalves (Psol), o deputado federal Rogério Correia (PT), e a deputada federal Duda Salabert (PDT) - anunciando investimentos na ordem de R$ 68 bilhões. No fim da tarde, ele foi para Juiz de Fora, quarto maior eleitorado de Minas Gerais, inaugurar um viaduto ao lado da prefeita e pré-candidata Margarida Salomão (PT) e assinar a ordem de serviço para a recuperação da BR-267.

 

Ainda na Região Norte do Estado, Zema participou da inauguração da reforma de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade de Berizal, ao lado do prefeito João Carlos Lopes (MDB); e do centro oncológico do Hospital Municipal Senhora Santana, em Brasília de Minas, do prefeito Marcus Vinícius Carvalho (União Brasil). Ele também passou por Mirabela, com o prefeito Luciano Rabelo (Avante) e encerrou as agendas em Montes Claros, ao lado do prefeito Humberto Souto (Cidadania).

 

Depois que saiu de Juiz de Fora, Lula ainda correu até São Paulo, onde faz sua maior aposta nas eleições ao apoiar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Neste sábado (29/6), o parlamentar e o presidente estiveram juntos em duas agendas, primeiro no lançamento da pedra fundamental de um novo campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e de um Instituto Federal, e depois no anúncio de obras do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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