O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não vê as eleições municipais como um "teste" para avaliar a aprovação do governo federal. Na opinião do petista, as eleições para as prefeituras se concentram em debates locais. A declaração foi dada em entrevista ao jornal A Tarde, publicada nesta segunda-feira (1º/7).
"Não vejo a eleição municipal como um teste para o governo federal. As eleições para as prefeituras envolvem muito mais as questões e debates locais. As pessoas estão julgando as administrações dos seus prefeitos. Aliás, no governo federal, nós trabalhamos e fazemos parcerias institucionais com todos eles, independentemente de partido e de linha política", declarou.
O presidente também afirmou que espera que os eleitores valorizem os políticos que "defendem a democracia e o diálogo".
Polarização
Sobre a polarização com a extrema-direita, Lula afirmou que esse é um embate de todo o campo democrático, e não exclusivamente do PT ou dos partidos de esquerda. "Não é apenas o PT e a centro esquerda que polarizam com a extrema direita. É o campo democrático, todos aqueles que lutam contra a mentira, a intolerância e o negacionismo. A direita que aceitar a pauta da extrema direita será engolida por ela", disse.
Sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula também teceu críticas a gestão passada.
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"Não dá para achar normal a insanidade que foi o governo anterior, as centenas de milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas na pandemia. A não aceitação do resultado das eleições. Eu acho que temos que ter mais democracia, mais alianças entre os que defendem a democracia mesmo que de correntes políticas distintas, e democracia com resultados concretos para conquistarmos o apoio da maior parte da população e continuarmos derrotando a extrema direita, como fizemos nas eleições de 2022", afirmou.
Eleições na Câmara
Em relação a eleições para a presidência na Câmara dos Deputados, o presidente Lula afirmou que o Palácio do Planalto não pretende se envolver na discussão.
"A eleição da Câmara é uma questão dos deputados. O Planalto não pretende se envolver. Vamos trabalhar e dialogar com o presidente que a Câmara escolher", afirmou.