A declaração acontece após o presidente Lula (PT) voltar a questionar a autonomia da instituição financeira e criticar seu atual presidente, Roberto Campos Neto -  (crédito: Albino Oliveira/MPO)

A declaração acontece após o presidente Lula (PT) voltar a questionar a autonomia da instituição financeira e criticar seu atual presidente, Roberto Campos Neto

crédito: Albino Oliveira/MPO

FOLHAPRESS - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defendeu uma mudança no mandato de presidente do Banco Central, para evitar que o nome escolhido por um governo passe dois anos no cargo durante uma nova gestão do Executivo.

 

 

"Acho que é saudável a autonomia do Banco Central, mas eu questionei [quando senadora] esses dois anos de um presidente do Banco Central de governos passados. Acho que um ano é mais que o suficiente, é o tempo de se adequar e passar o bastão", afirmou, nesta terça-feira (2/7).


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A declaração acontece após o presidente Lula (PT) voltar a questionar a autonomia da instituição financeira e criticar seu atual presidente, Roberto Campos Neto, escolhido para a instituição financeira por Jair Bolsonaro (PL).

 

Atualmente, o mandato para o Banco Central dura quatro anos e começa na metade de um governo.

 

Jair Bolsonaro, por exemplo, assumiu a Presidência em 2019 e indicou Campos Neto em 2020, com mandato até o final de 2024. Já Lula assumiu o Executivo em janeiro de 2023 e só poderá fazer sua escolha no final deste ano. O indicado pelo petista terá mandato até 2028 ?as novas eleições presidenciais estão marcadas para 2026.

 

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Portanto, quando há uma troca na Presidência da República, ainda restam dois anos do gestor do Banco Central nomeado pelo anterior ocupante do Palácio do Planalto.

 

A proposta de Tebet é que o mandato seja alterado, para fazer com que a troca na Presidência e no Banco Central tenha apenas um ano de distância. Ela não detalhou como essa mudança poderia ser feita.

 

Lula x Campos Neto

 

Desde o início de seu terceiro governo, Lula critica a gestão de Campos Neto e a taxa de juros aplicada pela instituição.

 

 

As declarações se intensificaram nas últimas semanas e, nesta terça, o petista voltou a dizer que o atual presidente do Banco Central tem viés ideológico.

 

"A gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que seu presidente não fique vulnerável às pressões políticas. Se você é democrata, permite que isso aconteça. Quando é autoritário você resolve fazer com que o mercado se apodere da instituição", afirmou Lula em entrevista à rádio Sociedade da Bahia.

 

"O Banco Central é uma instituição do estado, não pode estar a serviço do sistema financeiro, do mercado", disse o presidente.

 

Lula também reclamou que só poderá fazer mudanças na instituição no final do ano, reverberando, em parte, a opinião de Simone Tebet sobre os problemas no mandato.

 

"Não dá para ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político, definitivamente eu acho que ele tem viés político. Eu não posso fazer nada, tenho que esperar ele terminar o mandato", afirmou Lula.