“Agiotagem”. Essa foi a avaliação do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), nesta quarta-feira (3/7), sobre a correção de dívidas dos estados com a União.
“Estamos trabalhando para ver como nós vamos conseguir fazer com o que haja uma sobrevivência para os estados diante daquele nível da correção da dívida, que ela é insuportável”, disse Caiado, após reunião ordinária do Conselho da Federação, realizada no Palácio do Planalto. “É um processo que se aproxima de um quadro de agiotagem diante de um juro de 4% acima do IPCA [Índice de Preços ao Consumidor]”, completou.
No dia anterior, após encontro com o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o governador de Goiás afirmou que está sendo discutida uma medida para reduzir o patamar do indexador da dívida, ancorado ao IPCA, de 4% para 1%.
“O custo do dinheiro não pode ter um nível de agiotagem como esse. A dívida é exponencial”, destacou o governador goiano. “São parâmetros incompatíveis com o estado. O estado está completamente asfixiado com a tarefa de casa, pagando as parcelas, e a dívida está crescendo em proporções. Como mostrei ontem, de 2015 a 2023, subimos de R$ 254 bilhões para R$ 584 bilhões a dívida dos estados”, explicou Caiado.
A mesma preocupação foi dita pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que afirmou temer que o projeto de repactuação da dívida dos estados com a União não resolva o problema dos débitos bilionários.
Segundo Zema, as medidas propostas por Pacheco são “produtivas”, mas é preciso um pacote mais “robusto” para equacionar o problema. “Temo que não sejam suficientes para viabilizar os estados endividados. Ajudará, sem dúvidas, e fica registrado meu agradecimento."