Trecho da BR-381 entre BH e Ravena fica constantemente congestionado e é um dos mais perigosos da estrada -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

Trecho da BR-381 entre BH e Ravena fica constantemente congestionado e é um dos mais perigosos da estrada

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press

Urgência e obras na BR-381 não são conceitos que andam juntos. O trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, conhecido como ‘Rodovia da Morte', protagoniza rumores de duplicação há décadas e terá em agosto o terceiro leilão de concessão em três anos consecutivos para tentar encontrar uma empresa interessada em administrar e realizar as obras necessárias na estrada.

 

Ainda assim, diante da tomada de responsabilidade pelo governo federal para realizar as obras entre Belo Horizonte e Caeté, ativistas por melhorias na via, elaboraram uma série de sugestões para mitigar os problemas do gargalo da chegada e saída da capital mineira antes das intervenções mais complexas.



O governo federal aposta no sucesso da concessão da BR neste ano ao assumir as obras no ponto mais crítico da rodovia. O trecho entre Belo Horizonte e Caeté foi dividido em dois lotes. Um deles, o 8A, já teve edital de contratação de empreiteira publicado.

 

O documento que determina as diretrizes para o lote 8B, que abrange a saída de BH pelo Anel Rodoviário até Ravena, ainda está em fase de confecção. Este é justamente o trecho mais complexo para a duplicação, já que envolve a remoção de milhares de famílias que vivem às margens da via e concentra o tráfego da estrada com o fluxo de veículos da Grande BH.



Enquanto o edital para o lote 8B não fica pronto, o Movimento Pró-Vidas BR-381, que reúne ativistas, prefeitos e parlamentares de cidades cortadas pela estrada, preparou um documento com seis sugestões para aliviar a situação no gargalo de Belo Horizonte. O grupo avalia que não é possível esperar até que as obras de duplicação fiquem prontas para que sejam tomadas decisões para o trecho.

 


“O movimento reuniu essas ações paliativas porque há um consenso entre prefeitos e presidentes de câmaras participantes que há a necessidade de soluções para este trecho, que é o mais grave que temos na estrada. Já houve casos de pessoas que foram a óbito em engarrafamentos na chegada a Belo Horizonte. Essas providências precisam ser tomadas para amenizar ao máximo, inclusive diante dos transtornos causados pelas obras”, afirma Clésio Andrade, coordenador do Movimento Pró-Vidas BR-381.



O gargalo da estrada nas proximidades da capital é um problema tanto pela grande quantidade de casas coladas ao asfalto quanto pela confluência de fluxos de veículos de diferentes origens que torna o trânsito impraticável. Em uma terça-feira de dezembro do ano passado, a reportagem do Estado de Minas percorreu os 13 quilômetros da saída de BH em direção à Governador Valadares e levou duas horas e meia para finalizar um trajeto que poderia ser completado em pouco mais de 20 minutos.



A situação é agravada pela morosidade em que a produção do edital avança no governo federal. Enquanto o documento para o lote 8A foi publicado em maio, o gargalo de BH segue em fase de elaboração. A expectativa do Movimento Pró-Vidas é conseguir que algumas de suas reivindicações já sejam contempladas no chamamento às empreiteiras, que deve ser apresentado em outubro.



Os primeiros capítulos da novela aconteceram em fevereiro, quando o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), anunciou que o governo federal faria as obras entre BH e Caeté para aliviar as atribuições da iniciativa privada. O leilão de concessão da Rodovia da Morte está marcado para 29 de agosto. A concessionária vencedora administrará todo o trecho entre a capital e Governador Valadares, mas só executará as obras de duplicação a partir de Caeté.

Intervenções sugeridas



Uma das sugestões do Pró-Vidas é a construção de uma faixa adicional entre o fim do Anel Rodoviário e o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Sabará. O documento também sugere que seja retirada uma chicane em frente à base e que ela seja mantido apenas durante operações da corporação. O grupo argumenta que o ‘zigue-zague’ na pista trava o fluxo de veículos por exigir que carretas diminuam a velocidade.



Outra intervenção apresentada é a construção de uma ponte metálica sobre a via-férrea localizada próxima ao Posto Beija-Flor. A ideia é que a estrutura permita a continuidade da faixa adicional sem afunilar o tráfego na pista.



O monitoramento de tráfego através de câmeras em pontos estratégicos é outra proposta pensada para dinamizar operações de pare e siga e inversão de faixas em momentos de trânsito intenso, como no caso de acidentes. O grupo sugere a instalação dos materiais no trevo de Ravena, Posto Fumaça, passarela de pedestres no bairro Bom Destino, Posto da PRF, Posto antes da Ponte do Rio das Velhas e Posto Beija Flor.

Ainda sobre a dinamização do fluxo de veículos, há uma reivindicação para a adoção de manobras de inversão de mão nos fins de semana e vésperas de feriados. O grupo argumenta que a também solicitada instalação da faixa adicional permite que os sentidos mais movimentados tenham uma via a mais para os veículos em momentos de trânsito mais pesado.