Ricardo Nunes -  (crédito: AGÊNCIA SP/Reprodução)

Ricardo Nunes

crédito: AGÊNCIA SP/Reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pré-candidato à reeleição em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) viu sua aprovação passar de 26% para 31% em junho, último mês em que a lei permitia sua presença em inaugurações de obras sem que isso caracterize uso da máquina pública.

 

O prazo para isso acabou nesta sexta-feira (5/7), quando começa a contagem de três meses até o primeiro turno. Recentemente o prefeito aumentou a intensidade de eventos pela cidade, com uma média de duas inaugurações por dia.

 

Segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, feita de 2 a 4 de julho com 1.092 eleitores paulistanos, a desaprovação da gestão Nunes oscilou negativamente, dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou menos ante o levantamento feito no fim de maio. A pesquisa, encomendada pela Folha de S.Paulo, foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-001178/2024.

 

Agora, acham que o trabalho do prefeito é ruim ou péssimo 22%, ante 25% há um mês. Aqueles que o veem como regular seguem estáveis, de 45% para 43%.

 

 

A aprovação é a melhor de Nunes nas seis rodadas de pesquisas na qual aferiu o quesito desde que o emedebista assumiu a vaga de Bruno Covas (PSDB), de quem foi vice até a morte do tucano em maio de 2021.

 

De primeira, em abril de 2022, ele tinha apenas 12% de aprovação, ante 30% de reprovação e 46% de regular. Com a chegada do período eleitoral, que terá sua fase de convenções partidárias do dia 20 deste mês a 5 de agosto, e a campanha iniciada oficialmente em 16 do mês que vem, as curvas foram se invertendo.

 

Entre os nove prefeitos e prefeitas que a cidade teve desde a redemocratização, Nunes só é ultrapassado no quesito, na mesma altura do mandato, por Paulo Maluf (47% de ótimo/bom em 1995), Gilberto Kassab (46% em 2009) e Covas (35% em 2020).

 

 

Isso coincide, como seria óbvio, com a melhor posição de Nunes na corrida eleitoral. Nos três levantamentos feitos pelo Datafolha neste ano, os dois últimos comparáveis diretamente por terem os mesmos nomes na cédula, ele empatou com Guilherme Boulos (PSOL).

 

O deputado federal havia sido derrotado no segundo turno de 2020 pela chapa Covas/Nunes, por aproximadamente 60% a 40% dos votos válidos, e traz consigo grande "recall" e o apoio antecipado do presidente Lula (PT).

 

Agora, está numericamente atrás do prefeito na mais recente aferição do instituto, com 23%, ante 24% de Nunes.

 

Além de acelerar sua agenda de inaugurações, que não veio sem o desgaste de denúncias de corrupção ou problemas físicos com as entregas, o emedebista também teve de fazer correções de rumo que ainda estão em curso, mas cujo impacto na avaliação de sua gestão é mais insondável.

 

A mais importante foi ceder ao grupo do ex-presidente, indicando para sua vice o coronel Ricardo Mello Araújo, ex-comandante da tropa de elite da PM paulista e ex-presidente do Ceagesp, apadrinhado de Jair Bolsonaro (PL).

 

 

Com isso, tentou conter o impacto da entrada do coach Pablo Marçal (PRTB) na disputa, além de sinalizar linha-dura no tratamento de um tema central para o paulistano, a segurança pública. Constitucionalmente, é uma questão do governo estadual, mas essa campanha será marcada por propostas municipais sobre o problema.

 

Segundo o Datafolha, a segurança é a prioridade da cidade para 24% dos ouvidos, empatada tecnicamente com a saúde, com 20%. Sentem-se mais inseguros os mais ricos, escolarizados, jovens e velhos.

 

Outros temas vêm bem abaixo: transporte (8%), educação (6%), situação das vias públicas (5%), moradores de rua (4%), coleta de lixo (3%) e habitação (3%) completam o ranking, que é feito a partir de menções espontâneas dos entrevistados, não de forma estimulada.

 

 

O perfil da avaliação de Nunes acompanha, grosso modo, o da intenção em votar nele. Ele tem aprovação acima da média entre os menos escolarizados (43% de ótimo e bom), mais pobres (35%), evangélicos (35%) e pessoas com mais de 45 anos (36%).

 

Já o desaprovam mais aqueles de 25 a 34 anos (30% de ruim e péssimo), com curso superior (34%) e mais ricos (35%). Fora da curva da avaliação regular estão os mais jovens (53%) e quem frequentou até o ensino médio (48%).