"Pessoa extremamente educada e agradável", disse Eduardo Bolsonaro sobre Trump -  (crédito: Mario Agra / Câmara dos Deputados)

"A PF está jogando a reputação de toda uma instituição no lixo", diz Eduardo Bolsonaro sobre caso das joias

crédito: Mario Agra / Câmara dos Deputados

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que as investigações referentes ao caso das joias é fruto de "perseguição" contra o pai e ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele ainda afirmou que a Polícia Federal (PF) está "jogando a reputação da instituição no lixo" com o inquérito e questionou as diferenças de tratamento com o Bolsonaro e Lula (PT) em relação a presentes diplomáticos. 

 

As declarações foram dadas em entrevista à CNN Brasil, na noite de segunda-feira (8/7), depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do caso, Alexandre de Moraes, retirou o sigilo do relatório da PF, dentro do inquérito que apura a venda ilegal das peças milionárias da Arábia Saudita. Eduardo acredita que a ação seja justificada por "perseguição".

 

 

"Por que o Bolsonaro recebe um relógio e é crime? E por que o Lula tem um Piaget de 80 mil reais no braço, dado pelo ex-presidente da França, Jacques Chirac? Isso daí não é crime, inclusive com a PGR declarando que é a clara perseguição política contra Lula. Ora, meu Deus do céu", declarou.

 

O relógio de pulso dado ao presidente Lula em 2005, não consta na lista de presentes oficiais informados ao Tribunal de Contas da União (TCU). Os presentes presidenciais são regulamentados pela Lei 8.394/1991 e pelo Decreto 4.344/2002. No entanto, até o Acórdão 2255, decidido em Plenário em 2016, não havia regras claras sobre quais presentes poderiam se manter na posse do presidente ou não.

 

A nova regulamentação de 2016 determinou que todos os presentes recebidos pelo Presidente da República sejam incorporados ao patrimônio da União, com exceção dos presentes para consumo próprio, como roupas e perfumes, ou de natureza personalíssima, como medalhas. Na ocasião, o então ex-presidente Lula realizou a devolução de 360 itens e o Ministério Público Federal arquivou o caso em outubro de 2020.

 

 

"Parabéns à Polícia Federal, [que] está se dobrando aos gostos de Alexandre de Moraes e jogando a reputação de toda uma instituição no lixo. Alguns anos atrás, a Polícia Federal era aclamada como órgão vetor de justiça que colocava políticos corruptos na cadeia. Mas é inacreditável a Polícia Federal estar falando que um ex-presidente da República se meteu em uma venda de presentes que custearam a sua estadia nos Estados Unidos", argumentou o filho 02.

 

De acordo com inquérito, os desvios das joias para um leilão nos Estados Unidos causaram o desvio de R$ 6,8 milhões. O relatório fundamenta o indiciamento de Bolsonaro e de mais 11 pessoas nos crimes de lavagem de dinheiro com itens desviados do acervo público brasileiro.

 

 

Para a PF, os elementos de provas da investigação apontam que houve "uma associação criminosa voltada para a prática de desvio de presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro e/ou por comitivas do governo brasileiro, que estavam atuando em seu nome, em viagens internacionais".


Ao fim da entrevista, o deputado federal ainda afirmou que Jair Bolsonaro é uma pessoa "simples" e "desapegada", que "não necessita desses recursos", fazendo um apelo que o Príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, peça os presentes de volta para evitar "ruídos diplomáticos".