11/07/2024 12:07
- atualizado 11/07/2024 13:41
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Movimento político tem o objetivo de unificar a esquerda em prol de uma candidatura única
A deputada estadual Bella Gonçalves (Psol) anunciou, nesta quinta-feira (11/7), a retirada de sua pré-candidatura às eleições para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), consagrando apoio ao deputado federal Rogério Correia, pré-candidato à prefeitura da capital mineira pelo Partido dos Trabalhadores (PT), legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O movimento político visa unificar a esquerda em torno de uma candidatura única para o pleito. Segundo a parlamentar, a união dos partidos de esquerda foi um pedido do presidente Lula. A decisão ocorre após o presidente Lula deixar explícito seu apoio a Rogério Correia durante sua visita à capital mineira. O acordo foi costurado após a visita presidencial em Minas Gerais no final de junho. O anúncio foi feito ao lado de Correia, na Praça da Assembleia, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Como antecipado pelo Estado de Minas, um evento organizado para este sábado (13/7) pelos políticos progressistas marcará a unificação oficial da esquerda na disputa das eleições municipais, oficializando a união das federações. O ato foi nomeado de "Unifica Beaga!". Como resultado, o petista contará com o apoio de cinco partidos, incluindo seu próprio partido, o PCdoB e o PV, que fazem parte da federação com o PT, além do Psol e Rede. Com a formação das alianças, a escolha também configura contornos mais definidos do cenário eleitoral de Belo Horizonte.
Veja: Esquerda dá o primeiro passo para unificação em BH no próximo sábado
Hoje, Bella anunciou a unidade das federação Brasil da Esperança e Rede-Psol, que, segundo a parlamentar, foi aprovada na terça-feira (9/7) por unanimidade. Em seu pronunciamento, a parlamentar destacou que colocou seu nome a disposição com o objetivo de "resgatar o brilho de BH". No entanto, acredita que no cenário atual é preciso unir forças para derrotar a extrema-direita.
"Entendemos que a unidade do campo progressista era fundamental para que esse processo caminhasse para uma vitória eleitoral nesse ano. (...) O presidente Lula deixou evidente que o candidato esse ano do campo progressista é o deputado Rogério Correia", ressaltou Bella Gonçalves em coletiva.
O anúncio de Bella está alinhado com o que já vinha sendo debatido pelos pré-candidatos progressistas: a união da esquerda na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte como uma tentativa de combater a direita. A questão que permanece agora é sobre a pré-candidatura da deputada federal Duda Salabert (PDT), que, até o momento, se mantém no jogo político e aposta ser o nome mais viável para ir ao segundo turno das eleições municipais.
Bella aproveitou a ocasião para fazer um convite a Duda para integrar a unidade dos partidos progressistas. "Queremos que outros partidos [participem], e posso dizer abertamente, queremos que o PDT venha junto. Isso é histórico, é a primeira vez que o Psol deixa de lançar uma candidatura própria para construir uma unidade do campo progressista junto com o presidente Lula", disse Bella.
"Se a gente conseguir trazer para essa unidade o povo de Belo Horizonte, mais forças progressistas, nós estaremos no segundo turno. E se a gente chegar no segundo turno, nós vamos vencer as eleições em Belo Horizonte", disse Bella.
Apesar de até o momento não ter sinalizado a possibilidade de aliança, Correia afirma que Duda só tem a "acrescentar". Para o petista, o posicionamento de Duda de se manter como pré-candidata é legítimo, visto que ela foi uma das parlamentares mais votada de Minas Gerais e também a vereadora mais votada de Belo Horizonte nas eleições de 2020.
"Nós fizemos esse convite. Entendemos que nós reunimos agora cinco partidos, o apoio do presidente Lula, então isso nos coloca na demanda de buscar essa unidade e colocar o nosso nome como um nome que nós achamos que pode costurar melhor essa unidade, mas sempre aberta a discussão com ela (Duda Salabert)", firmou. "Temos até o dia 5 de agosto para registrar a chapa, para fazer isso nós deixamos o espaço de vice ainda em aberto", completou.
Chapa ainda indefinida
No anúncio de hoje também foi informado que a definição da chapa ainda não foi decidida. Em sua fala, Correia destacou que há “muita gente boa” para a construção da chapa e mencionou os nomes de Bella e Duda, afirmando que uma mulher seria a melhor opção para compor a chapa. No entanto, já na sequência, Bella afirmou que não tem a intenção de ser vice nessas eleições. Ela destaca que a possibilidade de ser vice não é algo "descartado", mas, pessoalmente, não é o que deseja.
"Do ponto de vista pessoal, eu tinha me disposto a ser prefeita de Belo Horizonte. Eu nunca lancei minha pré-candidatura pensando em ser vice. Eu compreendo que exerço um mandato muito importante hoje na Assembleia Legislativa e o Estado de Minas Gerais precisa também dessa nossa representatividade. Agora, eu acho que esse é um debate que nós vamos ter que fazer, também colocando em tela o amor que a gente tem a Belo Horizonte. Então, não é uma coisa descartada, mas do meu coração, hoje o meu desejo era ajudar a eleger o companheiro Rogério e seguir firme aqui na Assembleia fazendo os enfrentamentos necessários", disse.
Reforço de peso
Rogério avalia o apoio do Psol-Rede como "reforço de peso". "Da um sentido de unidade e de reforço ainda maior. Reforço daquilo que o presidente Lula nos pediu (...). Estamos indo bem, mas precisamos avançar ainda mais", pontuou. Com o apoio do Psol-Rede, o petista se demonstrou otimista para chegar ao turno das eleições. "Nós vamos derrotar qualquer hipótese de retrocesso", pontuou.
Papel de Bella nas eleições
Embora tenha desistido de concorrer às eleições, Bella ainda exercerá um papel crucial na disputa eleitoral ao coordenar a campanha de Rogério Correia. De acordo com o deputado petista, a responsabilidade pela coordenação de campanha de Bella foi acordada entre os cinco partidos das federações. Será responsabilidade da parlamentar integrar os programas de governo envolvidos na aliança, focando em pautas sociais, ambientais e de infraestrutura, além de questões de gênero, como os principais pontos a serem harmonizados entre as siglas.