Para Aécio e Paulo Abi-Ackel, João Leite representa uma opção de centro para o eleitor de BH, sem radicalismos de esquerda ou direita -  (crédito: Câmara dos Deputados/Divulgação)

Para Aécio e Paulo Abi-Ackel, João Leite representa uma opção de centro para o eleitor de BH, sem radicalismos de esquerda ou direita

crédito: Câmara dos Deputados/Divulgação

O PSDB aposta na candidatura do ex-deputado estadual João Leite (PSDB) à Prefeitura de Belo Horizonte como uma alternativa no campo do centro para o eleitor. No começo desta semana, Leite, que relutava em ser candidato, anunciou que vai disputar pela quarta o comando da capital mineira.

 

Ontem, dirigentes do partido se reuniram para discutir as estratégias e alianças, hoje mais difíceis de serem fechadas em função da união das legendas em federações partidárias e também devido à fragmentação das pré-candidaturas na capital, com muitos nomes lançados até agora e com as pesquisas indicando um cenário ainda muito embolado, principalmente pelo segundo lugar na preferência do eleitor.

 

O presidente do PSDB mineiro, deputado federal Paulo Abi-Ackel, disse que houve, na terça-feira, durante uma reunião com candidatos a vereador, um apelo para que João Leite entrasse no páreo. “Ele nunca se negou a ser candidato, mas estava relutante e querendo avaliar o quadro para decidir”, afirma Abi-Ackel. “Ele tem que ser candidato mesmo, porque ele está há cinco, seis semanas, pontuando ali entre os primeiros lugares nas pesquisas de intenção de voto”, defendeu.

 

Para o dirigente tucano, João Leite também pode ser um nome para o eleitor que não quer ir para a direita e nem para a esquerda caso, segundo ele, a discussão sobre as eleições em Belo Horizonte sejam pautadas por esse debate.

 

“João Leite é evangélico e tem algumas posições conservadoras, mas não é exatamente um homem de direita. É de um partido de centro, sempre defendeu e foi muito atento nessas discussões sobre direitos humanos. Então eu acho que ele, sim, é a figura típica do político de centro”, avalia. O presidente da legenda disse que ainda não há definição sobre alianças e vice, pois a batida do martelo em relação à entrada do ex-deputado na disputa aconteceu nesta semana.

 

Avaliação parecida tem o deputado federal e ex-governador do estado, Aécio Neves (PSDB). Para ele, João Leite “representa uma alternativa ao centro, sem radicalismos, que possibilitará a Belo Horizonte avançar de forma muito clara, inclusive do ponto de vista da sua influência na política estadual e nacional”, afirmou o parlamentar.

 

Segundo Aécio, a legenda vai começar na semana que vem uma série de encontros e reuniões para buscar alianças. “Vamos buscar alianças que forem possíveis, mas a mais fundamental que nós queremos construir é com a população de Belo Horizonte, que conhece o trabalho do deputado João Leite durante toda a sua história, sua dignidade, sua correção, seu espírito público e, principalmente, a sua capacidade de gestão”, afirmou o ex-governador.

 

 

O PSDB está federado com o Cidadania, que pode indicar o candidato a vice caso o partido não consiga ampliar as alianças. Segundo a última pesquisa eleitoral sobre a disputa em Belo Horizonte, divulgada no dia 5/7 pelo Instituto Datafolha, João Leite aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, com 12% da preferência do eleitorado.

 

Considerando a margem de erro de quatro pontos percentuais no levantamento estimulado, o tucano está tecnicamente empatado com o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), que lidera a disputa com 19% das intenções de voto.

 

Na próxima terça-feira (16/7) está prevista a divulgação de uma nova pesquisa de intenção de voto para a capital mineira.

 

João Leite já disputou a Prefeitura de Belo Horizonte três vezes. Em 2000 foi derrotado por Célio de Castro (PSB) no segundo turno. Quatro anos depois, tentou novamente, mas Fernando Pimentel (PT) acabou eleito em primeiro turno. Em 2016, o ex-deputado foi para o segundo turno e perdeu a disputa para Alexandre Kalil (PSD).

 

Protagonismo

O PSDB, que já foi uma das maiores legendas do estado e governou Minas Gerais durante quatro gestões, perdeu protagonismo e cadeiras no Legislativo, e aposta suas fichas na candidatura de João Leite para retomar seu espaço no estado.

 

 

Para a Câmara Municipal de Belo Horizonte, o PSDB elegeu em 2020 somente o vereador Henrique Braga, que em março deixou a legenda e foi para o MDB apoiar um antigo tucano, o presidente do legislativo municipal, Gabriel Azevedo, pré-candidato a prefeito pelo mesmo partido.

 

Na Assembleia Legislativa, os tucanos têm hoje dois representantes, Leonídio Bouças e Maria Clara Marra, e na Câmara dos Deputados, Abi-Ackel e Aécio. Em Minas, o plano do partido é disputar a cabeça de chapa em pelo menos 280 dos 853 municípios do estado.