“Duda, só falta você”, era o que dizia uma faixa estendida no viaduto Santa Tereza, em Belo Horizonte, na manhã de ontem. A ação foi feita por um grupo de militantes de esquerda na tentativa de convencer a deputada federal Duda Salabert (PDT) a se unir à chapa para a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte já formada por PT, Psol, Rede, PV e PCdoB.
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A faixa também foi estendida na galpão onde será realizada nesta tarde o ato “Unifica, Beagá”,que marca a junção das pré-candidaturas do PT, PCdoB, PV, Psol e Rede para disputa à prefeitura de Belo Horizonte.
Transfobia
A deputada foi convidada a integrar a frente, mas recusou, pelo menos até agora, a proposta. Duda reivindica a cabeça da chapa, sob o argumento de que aparece melhor colocada nas pesquisas que o deputado federal Rogério Correia (PT), que deve ser o candidato a prefeito da frente.
Questionada sobre a faixa e sobre a possibilidade de uma aliança, a deputada disse que está melhor posicionada que Correira em todas as “pesquisas dos institutos sérios”. “Em todas as capitais que o PT tem aliados da base do governo em melhores condições de disputa houve uma aliança em torno desses nomes. É o caso de (Guilherme) Boulos em São Paulo, de (Eduardo) Paes no Rio, de João Campos em Recife, e a única explicação para o PT não ter a mesma posição em BH é o fato de eu ser uma pessoa trans”, afirmou a pré-candidata.
Segundo ela, “é uma pena que no nosso campo a inclusão de minorias e a questão da representatividade fiquem só no discurso. Belo Horizonte tem me colocado nas pesquisas em 2º lugar, considerando a margem de erro. Isso mostra que o preconceito e transfobia estão mais presentes na política do que na sociedade. No ponto de vista racional e de números, não faz sentido algum eu retirar minha candidatura, estou em 2º lugar.
“Pela primeira vez na história da América Latina, a esquerda conseguiu criar possibilidades de uma pessoa trans disputar uma prefeitura e ir para o 2º segundo. Talvez isso não signifique nada para quem carregou essa faixa no evento de hoje, mas para Belo Horizonte significa muito, pois sabemos que 90% das pessoas trans estão na prostituição e somos o país que mais mata travestis no planeta , devido o preconceito”, afirmou a deputada.