O escândalo das joias associado ao fato a Polícia Federal ter em mãos em áudio que, ao que tudo indica, tem potencial para desgastar o ex-presidente Jair Bolsonaro, aumentaram as pressões para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se coloque mais no cenário nacional, em nome do bolsonarismo.
Tarcísio, porém, tem outros planos. Seus aliados em Brasília garantem que ele só se colocará no jogo presidencial rumo a 2026 se o presidente Lula estiver derrotado antes da hora. Até aqui, tem ocorrido o inverso. As pesquisas da última semana indicam que Lula parou de cair e tem espaço de recuperação. Conseguiu, com a ajuda do centro, empinar a reforma tributária, retomou programas sociais, geração de empregos subiu. Nesse cenário, Tarcísio joga toda a sua energia em governar São Paulo, a fim de assegurar que os conservadores não percam essa joia da coroa.
MDB quer jogo
Ciente da lição política que ninguém ganha eleição de véspera, o MDB se organiza para ter voz na eleição para a Presidência do Senado. A ideia é rejeitar o “já ganhou” de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e buscar espaço de negociação. Os primeiros acordes nesse sentido saem justamente do maranhão de José Sarney, adversário do senador amapaense.
Movimentos
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) fez questão de comparecer à filiação do ex-senador Francisco Escórcio ao MDB do Maranhão neste fim de semana. Com a ficha abonada por seu padrinho político, o ex-presidente José Sarney, Chiquinho é um ativo importante nos bastidores da articulação em Brasília. E a senadora adoraria presidir o Senado. Chiquinho vai verificar se há espaço nesse sentido.
O passado ensina
A lei “ninguém ganha eleição na véspera” funcionou, por exemplo, em 2019, quando Alcolumbre venceu. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) figurou meses como praticamente eleito. Os ventos mudaram e Renan saiu da disputa no dia da eleição, muito irritado, porque o PSDB abriu o voto para evitar que seus filiados votassem nele. Agora, o MDB quer ver se vira o feitiço de Alcolumbre contra o feiticeiro.
Por falar em eleição...
A tensão em torno do palanque do prefeito JHC em Maceió vai até o último minuto do prazo das convenções para oficialização das chapas. O presidente da Câmara, Arthur Lira, de olho numa vaga para o Senado em 2026, quer indicar o vice. JHC prefere o senador Rodrigo Cunha (PODE-AL), que tem Eudócia Caldas, mãe do prefeito, como suplente.
....é preciso confiança
JHC quer a mãe no Senado para ter um suporte, quando deixar o cargo daqui a dois anos para concorrer ao governo estadual. Só tem um probleminha: Muitos apostam na política que JHC desviará seu projeto para o Senado, onde a possiblidade de vitória é maior, deixando Arthur Lira a ver navios. Por isso, Lira quer indicar o vice de JHC agora, a fim de amarrar o prefeito ao seu projeto. Está um desconfiando do outro.