Para Sebastião Helvécio, a administração pública não pode agir por automatismo sucessório. Ela precisa de um olhar criterioso e cuidadoso sobre seus atos -  (crédito: Cristina Horta/Estado de Minas)

Para Sebastião Helvécio, a administração pública não pode agir por automatismo sucessório. Ela precisa de um olhar criterioso e cuidadoso sobre seus atos

crédito: Cristina Horta/Estado de Minas

O estado brasileiro, este ente abstrato, citado por muitos e entendido por poucos, precisa tratar os seus gastos com mais carinho e apreço. Para tanto, necessita de aprimoramento contínuo e de um projeto determinante de planejamento, de forma a que a política pública, implementada por administrações nos três níveis, entregue ao cidadão resultados expressivos de melhorias na qualidade de vida. A palavra de ordem é eficiência.


Quem defende esse propósito é Sebastião Helvécio Ramos de Castro, médico, ex-deputado de cinco mandatos na Assembleia Legislativa, ex-conselheiro do TCMG, atual integrante do Conselho de Altos Estudos do TCU, vice-presidente do Instituto Rui Barbosa e consultor do Banco Mundial. Aliás, com passagem comprada para o Tadjiquistão, na Ásia Central, onde confere itens como capacitação e modernização do Tribunal de Contas daquele país, a pedido do organismo financeiro internacional.


Dono de currículo invejável, é de sua lavra, por exemplo, a lei que criou o Hemominas. Segundo ele, a administração pública deve se nortear por três questionamentos: 1- Se realmente necessita adquirir algum produto ou serviço; 2- Se o preço é justo, no reverso da perspectiva se antes do menor hoje para o de melhor preço; 3- Se existe previsão orçamentária.

 


No seu entendimento, a administração pública não pode agir por automatismo sucessório. Ela precisa de um olhar criterioso e cuidadoso sobre seus atos. A nova lei de licitações e contratos (14.1332021), explicou, coadunou com a ideia de um melhor planejamento da gestão pública em todos os âmbitos, o que gerou maior responsabilidade de governança. O conceito de eficiência, acrescentou, se impõe a todo agente público brasileiro desde a aprovação da Emenda Constitucional 19 (1998), embora sonolenta por longo período, mas desperta a partir de 2018. Até então o texto constitucional contemplava somente os princípios de legalidade, impessoalidade, publicidade e moralidade.


Em julho do ano passado, ficou obrigatória no Governo Federal a avaliação das políticas públicas. Um conselho interministerial checa todos os projetos a serem implementados, antecipadamente, por meio de estudo técnico que prove sua viabilidade, com acompanhamento e aperfeiçoamento posterior dos Tribunais de Contas. Em suma, recursos públicos bem gastos reduzem burocracia e melhoram a qualidade de vida da população. "O interesse público é o do cidadão", concluiu Sebastião Helvécio.

 

SEM GRILHÕES 

 

 

Uma biografia das mais interessantes, por sua localização de época, recheada de empreendimentos de sucesso, está na certidão do Barão de Guaraciaba, o mineiro Francisco Paulo de Almeida (1826-1901), nascido em Lagoa Dourada. Ele é considerado o primeiro e único barão negro do Império. Tinha em fazendas de café o equivalente a 250 quilômetros quadrados, centenas de escravos e uma fortuna de 700 mil contos de réis, digna de bilionário. O barão foi sócio-fundador do Banco Crédito Real de Minas Gerais. O título de nobreza foi-lhe dado pela princesa Isabel, em 1887, embora este estivesse longe das teses abolicionistas.

 

VOLTA NO TEMPO

 

É bom dar uma repassada nas operações de tabuada, caprichar na caligrafia, comprar uma caixa de velas, limpar a bússola esquecida na gaveta, bater um antioxidante no velho astrolábio, estudar o posicionamento das estrelas... de repente, eis de volta o início do século passado, pois, como se diz no interior mineiro, quem tem muito, não tem nenhum. A piada pronta estava dentro do nome da empresa de segurança cibernética que provocou o grande apagão global: CrowdStrike. No boliche, strike é a derrubada de todos os pinos de uma vez com a primeira bola do lance.

 

CENAS DE TERROR 

 

 

Morto no hospital parisiense da Salpêtrière, em 25 de junho de 1984, portanto, há 40 anos, o polêmico filósofo e teórico social, Michel Foucault, fez seguidores aos quilos no mundo ocidental, sobretudo nas academias. Fosse parte da audiência que, diariamente, se esbalda nos programas televisivos voltados à violência doméstica e barbaridades outras cometidas nos centros urbanos, este sapecaria sem piedade: a criminalidade é um movimento significativo na resistência contra a tendência de homogeneização da sociedade pautada pela tecnologia e o mercado. A despeito das inúmeras tragédias pessoais e familiares, eis explicação plausível, pelo menos em parte, para o festival de horrores, que o sarapantado telespectador assiste sem tréguas pela televisão.

 

DISPARADA

 

Na voz do cantor Jair Rodrigues, a canção de Geraldo Vandré tornou-se um clássico da música popular brasileira, por causa de sua soberba poesia regionalista: "Prepare o seu coração para as coisas que eu vou contar". Ao fim desta década, ou seja, até 2030, a moeda chinesa (yuan) estará consolidada nas transações comerciais internacionais lastreada em ouro; um quinhão de 30% na indústria mundial de veículos automotores pertencerá aos chineses; e, por fim, a vacina contra a Aids e o medicamento para Diabetes 2. Para aqueles que escutam os dobrados da banda, passivamente, melhor parar de comer pipoca, pois chegou a vez do piruá.

 

COSTELA NO BAFO


 

Rubicundo e cândido, como convém a um aplicado beato ao volante, fazendo-se acompanhar de uma procissão de santos de espécies variadas no painel de seu veículo, o motorista de táxi atacou os que fazem e acontecem para depois fingirem de bobos: "quem come a carne deve roer os ossos".