João Leite participou da convenção ao lado da secretária-geral do Cidadania BH Cláudia Lima e da presidente da federação, Luzia Ferreira -  (crédito: Divulgação/PSDB)

João Leite participou da convenção ao lado da secretária-geral do Cidadania BH Cláudia Lima e da presidente da federação, Luzia Ferreira

crédito: Divulgação/PSDB

A federação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e do Cidadania realizou uma convenção na manhã desta segunda-feira (22/7) na sede tucana em Belo Horizonte para homologar os pré-candidatos das legendas para a Câmara Municipal da capital mineira. O evento realizado a portas fechadas, contudo, não oficializou o nome de João Leite na disputa pela prefeitura. 


De acordo com o presidente do PSDB em Minas Gerais, o deputado federal Paulo Abi-Ackel, não há dúvidas dentro do partido sobre o nome de Leite para a PBH. O ex-deputado estadual liderará a chapa da federação, que terá o vice indicado pelo Cidadania. O nome ainda não foi acertado, mas a tendência é que a pastora Márcia Resende assuma o posto. 

 


À reportagem, Abi-Ackel afirmou que o evento desta segunda foi uma forma de reafirmar o compromisso dos partidos com os pré-candidatos a vereador e que a candidatura de João Leite será devidamente lançada em uma convenção pública com os membros e apoiadores do PSDB.


“Hoje foi uma convenção homologatória para a formalização da chapa. O lançamento da candidatura majoritária será feito em um evento festivo e aberto ao público. Nossa ação hoje foi apenas para tranquilizar nossos nomes para vereador”, disse.


O deputado federal não participou da convenção de homologação dos nomes para a Câmara Municipal de BH. No mesmo horário, ele participou de uma reunião com diretores nacionais do partido para definir estratégias dos tucanos no Rio de Janeiro e São Paulo.



 

Chapa indefinida


Mesmo sem a homologação, João Leite é nome certo nos bastidores do PSDB. Figura reconhecida na cidade desde a década de 1970, ele foi goleiro do Atlético, clube do qual é o jogador recordista em partidas disputadas. Sua carreira nos gramados se encerrou em 1992, mesmo ano em que se elegeu vereador por Belo Horizonte.


Em 1994, Leite se elegeu deputado estadual e iniciou uma jornada de seis mandatos consecutivos na Assembleia Legislativa (ALMG). Ele concorreu à Prefeitura de Belo Horizonte pela primeira vez em 2000, quando foi derrotado por Célio de Castro no segundo turno. 


Em 2004, ele tentou o Executivo pela segunda vez e perdeu para Fernando Pimentel ainda no primeiro turno. A última tentativa de João Leite conquistar a cadeira de prefeito aconteceu em 2016. Na ocasião, ele foi derrotado no segundo turno por Alexandre Kalil.


Em entrevista após a convenção, João Leite reafirmou sua disponibilidade para encabeçar a chapa da federação na disputa pela prefeitura. O ex-goleiro fez críticas a atual gestão na capital mineira e reiterou que a federação está aberta a negociações, inclusive com pré-candidatos, para a formação de uma chapa para o pleito.


"Depois de muitos entendimentos, eu coloquei meu nome à disposição da Federação PSDB-Cidadania para a pré-candidatura a prefeito de Belo Horizonte. Estou disponível, pronto, e trabalhando em um grupo técnico para pensar as diretrizes de um plano de governo para a cidade. Temos um pensamento bom para enfrentar os desafios que Belo Horizonte enfrenta. Hoje temos uma cidade totalmente desorganizada, lamentavelmente. Os líderes da nossa federação continuam debatendo com os pré-candidatos no nosso campo. Até este momento, não há uma conclusão em relação a essas conversas. Ainda estamos fazendo essa avaliação pelo que é melhor para a nossa cidade, que precisa de um plano para organizá-la. Estamos colocando Belo Horizonte em primeiro lugar”, afirmou.


Possível nome para compor a chapa PSDB/Cidadania, Márcia Resende é pastora na Igreja da Lagoinha e foi candidata a deputada estadual em 2022. Em sua malograda tentativa de chegar à Assembleia, a sacerdotisa fez intensa campanha pelo então presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).


Entre os pré-candidatos do campo do PSDB, como afirma Leite, existem nomes que aparecem fortes nas pesquisas de intenção de voto. Levantamento divulgado pela Genial/Quaest na última terça-feira (16/7) mostra o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), alinhado à direita, liderando o cenário com 25% das respostas. Em segundo lugar aparecem tecnicamente empatados nomes como Fuad Noman (PSD), Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT), mas também candidatos de direita como Carlos Viana (Podemos) e Bruno Engler (PL), além do próprio tucano.


Divisão desigual


Cada federação pode lançar como candidatos a vereador o número de cadeiras da Câmara Municipal mais um. Em Belo Horizonte, portanto, é possível ter 42 nomes. Dos concorrentes homologados hoje, 30 são do Cidadania e 12, do PSDB.


De acordo com Abi-Ackel, a divisão entre as legendas se deu pela aplicação do regimento. O acordo feito no estatuto da federação leva em conta os votos de cada cidade no pleito anterior. Em 2020, o Cidadania teve mais votos em Belo Horizonte puxados pelo deputado estadual João Vítor Xavier, que terminou a corrida pela PBH na terceira colocação.


O baixo número de candidatos vai de encontro ao objetivo anunciado pela legenda na convenção estadual do partido em novembro do ano passado. Na ocasião, João Leite disse que não disputaria a eleição para prefeito e que o objetivo do partido era ter representação na Câmara Municipal, que hoje não tem nenhum parlamentar tucano. “Não me coloco como candidato. O PSDB tem vários nomes, competentes e que podem ter esta candidatura. O PSDB deseja construir uma chapa de vereadores, muito por conta da história parlamentarista do partido. Nós desejamos ter uma grande representação na Câmara Municipal de Belo Horizonte”, disse à época.