As eleições venezuelanas para presidente acontecem no próximo domingo, 28 de julho. No pleito, Nicolás Maduro tem como principal rival Edmundo González Urrutia.  -  (crédito: RICARDO STUCKERT/PR)

As eleições venezuelanas para presidente acontecem no próximo domingo, 28 de julho. No pleito, Nicolás Maduro tem como principal rival Edmundo González Urrutia.

crédito: RICARDO STUCKERT/PR

Em coletiva com a imprensa internacional, o presidente Lula (PT) afirmou que, além de dois observadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, também acompanhará as eleições presidenciais da Venezuela.

 

A decisão foi feita após o atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmar que o país sofre o risco de "banho de sangue" e "guerra civil" caso não seja reeleito. O político concorre à cadeira da presidência pela terceira vez no pleito que ocorre no próximo domingo, 28 de julho.

 

 

Além de Amorim, estão confirmados como observadores os brasileiros Sandra Damiani, titular da Assessoria de Gestão Eleitoral do TSE, e José de Melo Cruz, titular da Coordenadoria de Sistemas Eleitorais.

 

A participação dos observadores é assegurada pelos Acordos de Barbados, assinado na Venezuela, que permite a plena participação da oposição, além de garantir resultados reconhecidos por todos. No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral do país barrou a participação de observadores da União Europeia.

 

 

As eleições venezuelanas são uma preocupação internacional. Argentina, Costa Rica, Guatemala, Paraguai e Uruguai, por exemplo, exigiram em conjunto o "fim do assédio, perseguição e repressão" a opositores. Na última quarta-feira (17/7), o chefe da segurança da líder da oposição venezuelana María Corina Machado, Milciades Ávila, foi preso com uma acusação de "violência de gênero contra mulheres". A prisão causou revolta na oposição, que responsabilizou Maduro pela "integridade física" de Ávila e por deixar a oposição "sem proteção" perto do pleito.

 

Na ocasião mencionada, em um comício em Caracas, o presidente venezuelano afirmou: "O destino da Venezuela no século 21 depende da nossa vitória em 28 de julho. Se não querem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, vamos garantir o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo".

 

 

Lula reagiu assustado à afirmação, dizendo que "quem perde as eleições toma um banho de votos, não de sangue". O presidente ainda completou: "Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora. E se prepara para disputar outra eleição".

 

Em comício na última terça-feira (23/7), Maduro rebateu o petista, mas sem mencioná-lo, dizendo que não disse mentiras. Ainda, afirmou que, quem se assustasse com suas falas, que tomasse um chá de camomila.

 

 

No mesmo evento, ele disse que as eleições na Venezuela têm o melhor sistema do mundo, com 16 auditorias e uma auditoria em tempo real de 54% das urnas. Ele ainda criticou, sem provas, os processos eleitorais do Brasil, Estados Unidos e Colômbia, afirmando que as eleições nos três países não são auditadas. "Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é auditável? No Brasil? Não auditam nenhuma ata. Na Colômbia? Não auditam nenhuma ata", afirmou.