Rogério Correia e Duda Salabert -  (crédito: CÂMARA DOS DEPUTADOS/REPRODUÇÃO)

Rogério Correia e Duda Salabert

crédito: CÂMARA DOS DEPUTADOS/REPRODUÇÃO

Belo Horizonte viverá mais uma semana de emoções e expectativas políticas até o fim das convenções partidárias, no próximo dia 5. Com o anúncio do ex-prefeito Kalil, trocando o PSD e o candidato Fuad Noman, seu sucessor, pelo partido Republicanos e o candidato Mauro Tramonte, o quadro deu reviravolta. A direita ficou reforçada e poderá ter dois candidatos no segundo turno, ameaçando tirar a esquerda da disputa final. Além de Tramonte, o outro nome da direita é Bruno Engler (PL), que, pela identidade bolsonarista, teria potencial para avançar.

 

Tão logo supere a irritação e decepção, o PT do pré-candidato Rogério Correia deveria tentar, desesperadamente, convencer a pré-candidata Duda Salabert (PDT) a fechar a aliança. Ficar discutindo quem tem um ou dois pontos percentuais a mais nas pesquisas é apequenar o desafio. Os petistas têm vários argumentos em favor da candidatura própria por conta do tempo de TV maior e de militância aguerrida, além da vinculação direta com o presidente Lula.


Junto disso, esses pré-candidatos deveriam se inspirar nos exemplos recentes que vêm de fora. Em uma semana, a primeira de julho, os franceses superaram diferenças e viraram o jogo ante a ameaça extremista nas eleições parlamentares. Quatorze dias depois, em outro gesto de grandeza, o presidente norte-americano, Joe Biden (Democratas), desistiu da candidatura de reeleição diante dos mesmos riscos. Ainda neste mês, no dia 26, novamente os franceses deram outra manifestação de grandeza ao celebrar a diversidade e os direitos humanos na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. Nessa reta final de definições, Belo Horizonte está aguardando gesto de grandeza semelhante em nome da democracia.

 


Novo de Zema: sem rumo

Após a guinada de Kalil, o partido Novo também sentiu o baque e ficou sem rumo. O governador estava conversando com o pré-candidato Mauro Tramonte, do Republicanos, quando entra em cena o desafeto Kalil e estraga tudo. Por isso, o Novo adiou a convenção para esta derradeira semana e, agora, tem quatro opções (o que é muito). Seriam elas: manter Luisa Barreto candidata a prefeita de BH ou apoiar Bruno Engler (PL), Carlos Viana (Podemos) ou ainda Gabriel Azevedo (MDB). Quem não está gostando nada dessa indefinição são os vereadores do Novo que vão tentar a reeleição.


Tucanos contestam

A direção estadual do PSDB contestou nota aqui publicada, reafirmando que o pré-candidato a prefeito de BH, João Leite, permanece merecedor de toda a atenção do partido. “Isso, contudo, não impede que o partido promova conversas, com a anuência prévia de João Leite ou com sua própria presença, com outros atores desse processo eleitoral em Belo Horizonte. Não dialogar significa não praticar a arte da política...”, justificou em nota assinada pelo secretário-geral Luigi D’Ângelo. Ele ainda garantiu que João Leite continua sendo “nosso respeitável e principal nome neste pleito de 2024!”.


Gabriel é o alvo

Dessas conversas promovidas pela direção tucana, o principal alvo tem sido Gabriel Azevedo, candidato a prefeito pelo MDB, com candidato a vice-prefeito oficializado, Paulo Brant (PSB). Aí, não há espaço para João Leite. Aliados de Gabriel contam que a candidatura dele terá o apoio de quatro partidos. Além do MDB e PSB, o PSDB e o Cidadania, que estão federados entre si.


Desafio para Tramonte

Os vereadores de BH e candidatos ao cargo pelo Republicanos manifestaram indiferença com a chegada de Kalil ao partido. Para essa eleição, estão contando com o apoio do candidato do MDB e presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo.

 


Ministro de Lula tripudia

Poucos minutos depois que os primeiros memes na internet ironizavam a decisão de Kalil, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), foi na mesma linha. “Espero que @alexandrekalil seja abraçado com muito carinho pela @DamaresAlves e demais colegas bolsonaristas do novo partido. Lamento pela decisão de não apoiar o atual prefeito de BH, que foi convidado por ele mesmo para ser seu vice”, tripudiou Silveira.

 

O ministro foi um dos maiores ganhadores com a decisão pela qual trabalhou, tirando Kalil da disputa interna pela candidatura a governador em 2026. Criticou a opção “bolsonarista” de Kalil, mas na campanha ao Senado, em 2022, apareceu em montagem de fotos ao lado de Bolsonaro, para presidente, e Carlos Viana para governador. As peças publicitárias levavam o slogan “Juntos por Janaúba” (município do Norte de Minas).


Violência contra mulheres

A Justiça Eleitoral mineira criou a Comissão de Enfrentamento à Violência Doméstica contra juízas e servidoras. A norma segue recomendações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que visam assegurar um ambiente de trabalho seguro e livre de qualquer tipo de violência. Chamado Proteger, o programa destina-se a magistradas, servidoras, estagiárias, funcionárias terceirizadas e outras colaboradoras que prestem serviços na Justiça Eleitoral.