O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou o conturbado processo eleitoral na Venezuela nesta terça-feira (30/7). Lula considerou a disputa "normal" e disse que, se a oposição não confia no resultado das urnas, que recorra à Justiça.
"O Tribunal Eleitoral (da Venezuela) já reconheceu o Maduro como vitorioso, e a oposição ainda não. Então, tem um processo. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial, mas não tem nada de anormal”, afirmou o presidente da República.
Sobre o processo eleitoral do país vizinho, Lula afirmou, em entrevista à TV Globo, que as autoridades precisam apresentar as atas de votação.
As eleições realizadas no último domingo (28/7) reelegeram Nicolás Maduro para o terceiro mandato, com 51% dos votos, contra 44% de Edmundo González. O pleito é alvo de desconfiança de diversos países americanos e europeus, liderados por governos que vão da esquerda à extrema-direita. O governo venezuelano não apresentou, até agora, as atas das urnas. A oposição afirma que venceu a eleição.
Pouco antes da disputa, o presidente petista afirmou ter ficado assustado com uma fala de Maduro sobre um possível "banho de sangue" a depender do resultado. A fala irritou o presidente venezuelano e ele passou a alegar, sem apresentar qualquer prova, que as eleições no Brasil, Estados Unidos e Colômbia "não eram auditáveis".
Com o tensionamento das relações, observadores brasileiros que iriam acompanhar o pleito no país caribenho desistiram. Desde segunda-feira (29/7), quando foi anunciado o controverso resultado, países como Chile, Estados Unidos, Itália, Espanha, Colômbia, Equador, Argentina, Guatemala e outros questionaram a transparência.