O prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD) anunciou na manhã desta quinta-feira (4/7) que está enfrentando um câncer. Em pronunciamento, ele afirmou que será submetido a um procedimento para tratar um linfoma, mas que continuará na corrida à reeleição para a prefeitura.

 

Além de Fuad, a doença já afetou, no passado, outros políticos em mandato e durante campanhas eleitorais. Presidentes como Lula e Dilma Rousseff venceram a batalha contra o câncer. Já o ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB), não teve a mesma sorte.

 

Relembre alguns casos de políticos que lutaram contra o câncer:

 



 

Roseana Sarney (MDB)

 

Roseana era candidata à reeleição ao governo do Maranhão, em 1998, quando foi diagnosticada com câncer e precisou se submeter a quatro cirurgias: remoção de nódulo no pulmão, remoção de um tumor na mama, retirada do útero e de nódulos no intestino. O médico que a operou, Raul Cutait, relembra que a cirurgia foi "difícil, de quase oito horas".

 

Em 2002, também, ela recebeu o diagnóstico de câncer nos seios, e foi submetida a uma cirurgia de retirada de nódulo em ambos os seios durante a campanha para as eleições presidenciais. Até 2016, ela precisou ser submetida a 23 cirurgias ao longo de 60 anos de vida, entre tumores benignos ou malignos, sendo a primeira aos 19 anos de idade. 

 

Os diagnósticos, no entanto, não frearam a corrida da parlamentar nas eleições. Infelizmente, Roseana desistiu da candidatura após a empresa que ela era sócia virar alvo da Polícia Federal (PF) por suspeitas de sonegação de impostos.

 

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também teve uma batalha contra câncer. Em outubro de 2011, dez meses após deixar o Palácio do Planalto, ele foi diagnosticado com um tumor na laringe. Lula foi fumante por mais de 50 anos.

 

O tratamento da doença se estendeu por mais de um ano, com quimioterapia e radioterapia, e o atual presidente foi considerado curado em março de 2012. Em 2022, ele foi eleito pela terceira vez presidente da República, se tornando a pessoa mais velha a ocupar o cargo, aos 77 anos.

 

 

Dilma Rousseff (PT)

 

Em abril de 2009, a então ministra-chefe da Casa Civil e futura presidenta do Brasil, Dilma Rousseff (PT), foi diagnosticada com um linfoma. De acordo com a hematologista Yana Novis, que a acompanhou, o câncer no sistema linfático foi descoberto em estágio inicial, com nódulo único, e foi prontamente retirado.

 

Rousseff foi submetida a quatro meses de quimioterapia, o que causou incertezas quanto à possibilidade da petista de suportar as agendas da campanha presidencial. Tanto aguentou como foi eleita a primeira presidente mulher do país, começando o mandato no ano seguinte, em 2010. 

 

Bruno Covas (PSDB)

 

O ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), travou uma luta contra o câncer durante 1 ano e meio. Em outubro de 2019, Covas descobriu um adenocarcinoma, tumor na transição entre o estômago e o esôfago. À época, ele tinha assumido a prefeitura da capital paulista havia pouco mais de um ano.

 

O político também enfrentou o processo de metástase, que é quando células cancerígenas viajam pelo organismo através da corrente sanguínea ou sistema linfático em direção a outras regiões do corpo, o que provocou fissuras no fígado e nos gânglios linfáticos. O tratamento se baseou em quimio e imunoterapia, mas Bruno Covas faleceu em maio de 2021, no início de seu mandato. Quem assumiu o cargo foi Ricardo Nunes (MDB), candidato hoje à reeleição. 

 

Mário Covas (PSDB)

 

Governador de São Paulo e avô de Bruno Covas, Mário Covas (PSDB) descobriu um câncer na bexiga e teve que ser submetido a uma cirurgia em 1998, quando retirou parte do órgão. O governador começou um tratamento de quimioterapia mas, em 2000, o câncer voltou, desta vez ao intestino. 

 

Mário precisou afastar-se do cargo em janeiro de 2001 e precisou retirar parte do estômago em nova cirurgia. Assim como o neto, não resistiu às decorrências da doença e faleceu durante o mandato, em março de 2001.

 

José Alencar

 

José Alencar foi vice-presidente do Brasil durante os primeiros dois mandatos de Lula, entre 2003 e 2011. De 1997 até o início do mandato, Alencar enfrentou câncer de rim, próstata e estômago, tendo que ser submetido a duas cirurgias — uma delas, de retirada simultânea do rim e do tumor no estômago.

 

Já durante o mandato, foi diagnosticado com um tumor no abdômen, em uma região de difícil acesso chamada retroperitônio. Depois de biópsia no local, foi constatada a presença de sarcoma, um raro e agressivo tumor. Nos anos seguintes, Alencar enfrentou uma batalha contra a doença que atingia a região abdominal, o que o levou a uma falência múltipla de órgãos em janeiro de 2011.


Teotônio Vilela (MDB)

 

Dentro de duas décadas, Teotônio Vilela foi deputado estadual do estado de Alagoas, além de senador e vice-governador. O político enfrentou quatro cânceres e, mesmo com a saúde abalada, completou sete de oito anos do mandato de senador, de 1975 a 1982. 

 

Em discurso de despedida, de acordo com o Diário do Congresso Nacional, Vilela disse que sair da Casa não é uma despedida. "A vida política continua comigo, continuarei lutando lá fora, só não terei o privilégio de usar esta ou aquela tribuna", afirmou. Vilela faleceu em novembro de 1983, depois que o câncer se tornou generalizado.

 

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa

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