Apesar de a maioria dos eleitores acharem que a economia piorou nos últimos 12 meses, a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a subir e atingiu o maior nível do ano, conforme dados da terceira edição de 2024 da Pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (9/7).

 

Depois de atingir o menor patamar no terceiro mandato em maio, de 50%, a aprovação do trabalho do petista subiu em julho, para 54%, conforme dados do levantamento feito pela Quaest. O pico da aprovação do chefe do Executivo ocorreu em março de 2023, de 60%. A desaprovação de Lula recuou entre março e julho, passando de 47% para 43%, menor patamar desde fevereiro deste ano.

 

A melhora na aprovação do chefe do Executivo, de acordo com a pesquisa, ocorreu entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos, parcela do eleitorado em que a aprovação do petista subiu de 62% para 69%, entre maio e julho. Entre as mulheres, o índice de aprovação de Lula avançou de 54% para 57% e a desaprovação recuou de 44% para 39%.



Enquanto 36% dos entrevistados acham que a economia piorou nos últimos 12 meses, 28% acreditam que melhorou. E, no mesmo período o poder de compra dos brasileiros diminuiu para 63% dos brasileiros e aumentou para 21%. A maioria dos entrevistados (70%) atribuiu a alta dos preços aos alimentos, 61% responsabilizaram as contas de água e de luz e 44%, os combustíveis. Para os próximos 12 meses a expectativa é de que a economia melhore para 52% dos entrevistados e 27% esperam que o quadro piore. Outros 18% acreditam que não haverá mudança no cenário econômico.


 

Ataques ao Banco Central

 

A pesquisa incluiu um bloco de perguntas sobre entrevistas recentes de Lula a veículos de comunicação e constatou que 41% tomaram conhecimento e 59% não ouviram falar. A ampla maioria dos entrevistados concorda com as opiniões do presidente e o apoia nos ataques ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Para 66% dos entrevistados há concordância com as críticas ao BC e, para 23%, discordância.

 

 

De acordo com o levantamento, o salário deve ser aumentado todo ano acima da inflação para 90% dos entrevistados e 87% deles consideram muito altos os juros no Brasil. Para 84% dos eleitores, as carnes consumidas pelos mais pobres deveriam ser isentas de impostos. E, para 67%, o governo não deve satisfação ao mercado, mas aos mais pobres, contra 29% que pensam o contrário.

 

Cinquenta e três por cento dos entrevistados afirmaram que não acreditam que as falas do presidente tenham sido a principal razão da alta do dólar, enquanto 34% dos eleitores que responsabilizaram Lula pela escalada da moeda norte-americana.

 

 

A pesquisa da Quaest constatou ainda que é alto o índice de conhecimento e aprovação de programas e iniciativas do governo. Os programas sociais avaliados foram Farmácia Popular (86% conhecem e aprovam), Bolsa Família (80%), Desenrola (73%) e Pé de Meia (60%). O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é conhecido e aprovado por 44%, porém desconhecido por 51%, com desempenho semelhante ao do programa Acredita, desconhecido por 56% da população.

 

Em relação às maiores preocupações da população, houve pouca mudança em relação à pesquisa de maio. Saúde segue no topo do ranking, com 15%, seguido por economia/crise/inflação (12%), violência/criminalidade (12%), desemprego (9%), fome (10%) e corrupção (10%).

 

A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 8 de julho. Foram realizadas 2.000 entrevistas presenciais com eleitores de 16 anos ou mais. A margem de erro estimada é de dois pontos percentuais e o índice de confiança é de 95%.

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