O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) afirma que tentaram impedi-lo de fiscalizar um Centro de Distribuição dos Correios, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a assessoria do parlamentar, um funcionário da unidade de logística da empresa pública entrou em contato com a equipe do Senador afirmando que várias doações para o Rio Grande do Sul estão armazenadas, paradas e sem previsão de envio.

 

 

Cleitinho foi até o Centro de Distribuição de Contagem com o intuito de fiscalizar as doações. No entanto, ao chegar ao local, foi informado que não poderia entrar no local. Em um vídeo publicado nas redes sociais, nessa terça-feira (30/7), o senador mineiro aparece falando ao telefone com um homem não identificado que diz que irá notificá-lo por tentar entrar no galpão. De acordo com a assessoria de Cleitinho, o homem em questão seria o responsável pelo Centro de Distribuição.

 



 

Mesmo assim, Cleitinho não seguiu as orientações e entrou no Centro de Distribuição, passando por debaixo da catraca. "O senhor pode me notificar que eu entrei sem o senhor me permitir", diz o senador. Na sequência, o parlamentar mineiro afirma que para as doações serem destinadas ao Rio Grande do Sul é preciso que alguma autoridade solicite-as. Cleitinho afirma ainda que se o estado do Sul não quiser as doações, ele irá sugerir que a distribuição seja destinada aos próprios mineiros. 

 

"Isso aqui é tudo roupa, doação. Com esse frio que está fazendo no Rio Grande do Sul, poderia estar tudo lá".

 

 

No vídeo, Cleitinho liga para o deputado federal Zucco (PL-RS) por chamada de vídeo e mostra as doações paradas. "O que o Correios (sic) está alegando aqui, que fique claro que o Correios (sic) está fazendo sua parte, mas tá alegando aqui Zucco é que para poder entregar o que está aqui, o pessoal do Rio Grande do Sul, a defesa cívil, o próprio governador, tem que pedir. (...) Vocês estão precisando de roupa aí?", questionou Cleitinho a Zucco, deputado federal pelo Rio Grande do Sul.

 

"Senador, a gente precisa de todo o tipo de ajuda. E muito do que a gente tem hoje é de ajuda humanitária dos estados. Toda e qualquer ajuda é muito bem-vinda", responde. 

 

 

Na sequência, Cleitinho afirma que irá comunicar a situação ao Rio Grande do Sul. O senador mineiro ainda afirma que tem doações paradas em centros de distribuição em Montes Claros e Belo Horizonte, informação que foi repassada a ele por um funcionário dos Correios, de acordo com o parlamentar. Cleitinho disse que o intuito de gravar o vídeo foi de comprovar que não estava produzindo "fake news" e mostrar as doações paradas. 

 

O que diz os Correios

 

Em nota, os Correios rebatem as acusações de Cleitinho e afirmam que o parlamentar “invadiu” uma unidade da empresa para fazer “filmagens para as redes sociais”. Segundo a estatal, qualquer cidadão pode ter acesso às unidades mediante solicitação e agendamento prévio conforme as regras de segurança que protegem os servidores e a carga postal de clientes.

 

A estatal ainda reforça que desde o primeiro dia da tragédia no Rio Grande do Sul disponibilizou toda sua rede e infraestrutura logística para socorrer o estado. Os correios disseram que continuam à disposição para auxiliar a população gaúcha.

 

 

“Além de doações destinadas ao Rio Grande do Sul, a unidade possui carga de clientes, inclusive, que exigem segurança. Graças à solidariedade das brasileiras e dos brasileiros, os Correios já enviaram cerca de 10 mil toneladas de donativos à população do Rio Grande do Sul e ainda possuem mais 5,3 mil toneladas estocadas no estado, prontas para entrega conforme necessidade da população gaúcha e das autoridades locais”, disse.

 

Leia a nota

 

Os Correios respeitam as prerrogativas parlamentares, mas lamentam a atitude do senador, que invadiu uma unidade da empresa, mediante ameaça aos empregados para obter filmagens para redes sociais sobre a tragédia que se abateu sobre o Rio Grande do Sul. Diante dos fatos, a estatal está estudando as providências legais a respeito.

 

Qualquer cidadã ou cidadão pode ter acesso às unidades dos Correios, mediante solicitação e agendamento e conforme as normas de segurança que objetivam proteger as empregadas e os empregados e a carga postal de clientes.

 

Além de doações destinadas ao Rio Grande do Sul, a unidade possui carga de clientes, inclusive, que exigem segurança. Graças à solidariedade das brasileiras e dos brasileiros, os Correios já enviaram cerca de 10 mil toneladas de donativos à população do Rio Grande do Sul e ainda possuem mais 5,3 mil toneladas estocadas no estado, prontas para entrega conforme necessidade da população gaúcha e das autoridades locais.

 

Desde o primeiro dia do desastre que atingiu o estado, a estatal esteve junto com o governo federal no socorro à população gaúcha, disponibilizando toda a sua rede de mais de 10 mil agências e sua infraestrutura logística para socorrer o RS.

 

Nesse período, os Correios sempre trataram o tema com respeito e solidariedade à população daquele estado.A empresa continua à disposição da população gaúcha para auxiliar no que for preciso, sem adotar posições políticas ou buscar protagonismo, apenas visando a solidariedade.

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