PGR acusou a família de hostilizar Alexandre de Moraes em 16 de julho -  (crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)

PGR acusou a família de hostilizar Alexandre de Moraes em 16 de julho

crédito: Valter Campanato/Agência Brasil

A defesa de Roberto Mantovani Filho, Andreia Mantovani e Alex Zanatta, acusados de hostilizar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), alega que a Polícia Federal manipulou as imagens das câmeras de segurança. A afirmação foi feita nessa quinta-feira (1/8), em novo pedido de acesso às imagens gravadas no Aeroporto Internacional de Roma, na Itália.

 

De acordo com o Poder360, o documento da solicitação considera que as imagens foram manipuladas por agentes da PF ao invés de peritos oficiais. "Por fim, considerando que as imagens foram manipuladas por alguns agentes da Polícia Federal, não por peritos oficiais, e para que a defesa tenha relativa segurança da idoneidade dessa prova, requer, antes de determinada a intimação dos denunciados para oferecimento de defesa prévia, que lhe seja autorizada a extração da cópia dessas imagens, diretamente das mídias originais recebidas das autoridades italianas, por meio da Cooperação Internacional 613/2023, não por qualquer outro meio”, diz o pedido.

 

 

A família composta pelo empresário Roberto Mantovani Filho, e a esposa e o genro do empresário, Andreia Mantovani e Alex Zanatta, foram indiciados por calúnia e difamação depois de serem acusados de terem xingado Moraes de "bandido, comunista e comprado", em 14 de julho de 2023. Na ocasião, o empresário também teria agredido o filho do ministro com um golpe no rosto, depois que ele interviu na discussão em defesa do pai.

 

As investigações sobre o caso haviam sido finalizadas em fevereiro de 2024, com a conclusão de que o empresário havia injuriado Alexandre Barci, filho de Moraes. No entanto, o delegado do caso na época, Hiroshi de Araújo Sakaki, não indiciou nenhum dos envolvidos por não ver indícios de crime. Já o atual delegado, Thiago Rezende, com caso reaberto em março, atribuiu ao trio o crime de calúnia, com o agravante do crime ser cometido contra um funcionário público.

 

 

A defesa alega que é provável que o delegado não tenha assistido às imagens na íntegra para a composição do relatório, de maneira que ele tenha sido feito "com base em parecer tendencioso feito por agente da PF acolhendo cegamente a versão de uma das partes, desprezando as imagens como um todo e as versões dos investigados".

 

O advogado de defesa Ralph Tortima afirmou: “Com a devida vênia, sua Excelência, o Delegado de Polícia Federal, em inusual novo relatório (ou seja, temos um inquérito com dois relatórios!), surpreendeu e extrapolou em muito os limites do trabalho investigatório, fazendo ilações, assertivas absolutamente subjetivas e decorrentes, unicamente, da sua interpretação pessoal de imagens que nem sequer possuem áudio!”.

 

 

Além disso, ele aponta que o relatório consta que o empresário Roberto Mantovani Filho recusou o comparecimento para prestar depoimentos, mas que, segundo ele, em momento nenhum o cliente se negou a esclarecer os fatos. 

 

Denúncia da PGR com "excessos"

 

Outra alegação da defesa do trio é que a denúncia pela Procuradoria Geral da República (PGR), ofertada em 16 de julho, contém excessos e é parcial, uma vez que a PGR não teve acesso às imagens.

 

 

As imagens também não foram acessadas pela defesa dos acusados, que não tiveram os arquivos disponibilizados. Apenas o ministro promotor do caso no Supremo, Dias Toffoli, e um grupo de policiais  tiveram acesso ao vídeo. 

 

Os advogados da defesa agora requerem cópias das imagens do aeroporto e de eventuais mensagens e postagens identificadas no celular apreendido na investigação, alegando que "sem o acesso integral à principal prova, não há como ser realizada a defesa dos denunciados, por muito evidente".