A soltura ocorre na véspera do aniversário de um ano da prisão preventiva de Silvinei -  (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A soltura ocorre na véspera do aniversário de um ano da prisão preventiva de Silvinei

crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu nesta quinta-feira (8) soltar o ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques.

 

A soltura ocorre na véspera do aniversário de um ano da prisão preventiva de Silvinei. A defesa do investigado ainda não teve acesso à decisão.

 

 

Moraes determinou que o ex-diretor cumpra medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, a obrigação de se apresentar à Justiça periodicamente e a proibição de deixar o país. Silvinei também terá suspenso o porte de arma de fogo e não poderá usar redes sociais.

 

O ministro do Supremo revogou a prisão após concluir que as razões iniciais para a restrição da liberdade de Silvinei já não se aplicavam mais.

 

A principal delas, segundo as decisões do ministro, era o entendimento de que Silvinei, em liberdade, poderia representar um risco à investigação.

 

 

No pedido de prisão, a Polícia Federal argumenta que a prisão do ex-diretor seria importante para que a "produção de elementos probatórios possa ocorrer de forma clara, precisa e eficaz, sem qualquer interferência do mesmo em sua produção, sendo mais que conveniente, de suma importância para a instrução criminal".

 

Alexandre de Moraes, em resposta, disse que as condutas atribuídas ao ex-diretor são "gravíssimas" e que novas diligências seriam "imprescindíveis para a completa apuração das condutas ilícitas investigadas".

 

"[Os fatos] Comprovam a necessidade de custódia preventiva para a conveniência da instrução criminal", afirmou.

 

O Código de Processo Penal estabelece que a prisão preventiva pode ser decretada por juiz no meio de uma investigação se comprovada a existência de crime e se a restrição à liberdade for importante para garantir a ordem pública ou econômica, para a conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.


 

A prisão de Silvinei era questionada por seus advogados porque a Polícia Federal sequer havia concluído a investigação e indiciado o ex-diretor. Mantê-lo na Papuda por quase um ano, na visão da defesa, seria uma antecipação de uma pena para uma pessoa que sequer foi denunciada.

 

A Polícia Federal investiga se Silvinei usou a estrutura da PRF para realizar blitze no segundo turno das eleições com foco em estados do Nordeste, nos quais Lula (PT) teve mais votos que Bolsonaro.

 

A investigação da PF sobre Silvinei está em fase final. A corporação negociou ao menos duas delações premiadas no inquérito - entre elas há colaboração de policiais federais que trabalhavam com o ex-ministro Anderson Torres, segundo fontes com conhecimento do assunto.

 

 

Um dos elementos em análise pela PF é um mapeamento com o nome das cidades em que Lula recebeu mais de 75% dos votos no primeiro turno. Este levantamento foi encontrado no celular de Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça.

 

Investigadores viram relação entre a planilha achada e as cidades que tiveram barreiras da PRF durante o pleito. 

 

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