No primeiro debate entre sete candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), realizado pela TV Band Minas, o prefeito Fuad Noman (PSD), que disputa a reeleição, foi o principal alvo. Participaram também outros seis candidatos cujos partidos têm representação na Câmara dos Deputados: Bruno Engler (PL), Carlos Viana (Podemos), Duda Salabert (PDT), Gabriel Azevedo (MDB), Mauro Tramonte (Republicanos) e Rogério Correia (PT).
Os candidatos sem representação parlamentar federal, Wanderson Rocha (PSTU), Indira Xavier (UP) e Lourdes Francisco (PCO) não foram convidados. Além da concentração de ataques ao atual chefe do Executivo da capital, ocorreram muitas trocas de farpas entre eles e ainda discussão sobre temas como saúde, transporte, plano diretor, população de rua, eventos culturais e a situação da região central de BH. Também houve uma gafe do prefeito, que, em certo momento, chamou Duda de “senhor”, foi imediatamente corrigido pela candidata e pediu desculpa a ela.
Fuad foi chamado “economista economista do Paraguai” por Viana e de “prefeito motosserra” por Duda Salabert, em referência ao corte de árvores feito pela PBH para receber a corrida Stock Car. “Estão batendo na prefeitura porque sou o único que estou fazendo”, se defendeu o prefeito, diante dos ataques. Por diversas vezes, ele se disse “espantado” com as críticas e afirmou que “só leva pedra a mangueira carregada de frutos".
“Fico espantado quando vejo as críticas. Tudo que está sendo falado a prefeitura já vem fazendo”, rebateu. Segundo ele, “se tem dois pés de manga, um sem e o outro com um caminhão de manga, quem vai tomar pedrada é o cheio”, afirmou o pessedista durante uma interação com Rogério Correia (PT). Fuad Noman alegou que grande parte das sugestões ou ações propostas no debate são eleitoreiras ou já estão sendo feitas pela PBH. “Só falam mal da prefeitura”, reclamou.
O debate também reeditou os últimos dois anos de troca de farpas entre o prefeito e Gabriel Azevedo que, em todas suas falas, teceu críticas à gestão de Fuad. A aliança entre o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (Republicanos) e o governador Romeu Zema (Novo), em torno da candidatura de Mauro Tramonte, que repercutiu no meio político na semana passada, também foi questionada.
Rogério Correia disse que Tramonte deixou o “Balanço Geral”, nome do programa televisivo que ele comandava antes de deixar a TV para ser candidato, para transformar sua campanha em um “barraco geral”, por causa da aliança entre Kalil e Zema, dois adversários nas últimas eleições. Perguntado sobre quem iria comandar de fato a PBH, Tramonte disse. “Kalil vai ajudar. Zema vai ajudar. Isso não quer dizer que eles vão ser aliados”, comentou.
Lula e Bolsonaro
Apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Bruno Engler, que tentou fugir da polarização e de temas nacionais no começo do debate, não conseguiu escapar do assunto. Ele e Correia trocaram farpas envolvendo seus principais cabos eleitorais, Bolsonaro e Lula, e também foram questionados sobre a ausência deles na campanha.
O petista afirmou que Bolsonaro não poderá participar da campanha de Engler por estar “perto de ser preso por causa do desvio de joias e o provocou, recomendando a ele que tomasse cloroquina para ficar calmo. Engler disse que Bolsonaro só não veio à capital mineira por problemas de saúde.
Viana não perdeu a oportunidade e afirmou que “parece que quem vai governar a cidade é o ex-presidente Bolsonaro ou o presidente Lula”. Engler e Correia, ao longo do debate, se nomearam candidatos de Bolsonaro e de Lula.
Duda também provocou Engler ao falar sobre o PL, chamado por ela de partido de “negacionistas climáticos e terraplanistas”, e questioná-lo sobre propostas para a crise climática. “É uma grande bobagem falar que meu partido é de negacionistas, até porque isso é mentira”, rebateu Engler que prometeu soluções inovadoras para o problema, como asfalto permeável.
Promessas
Mauro Tramonte e Carlos Viana foram questionados sobre a política de proteção e acolhimento à população LGBTQIA+ e foram alinhados em fugir complemente do tema. Após repetirem que o prefeito deve governar para todos, passaram a falar sobre assuntos como saúde bucal das crianças e alimentação nas escolas.
O debate também foi marcado por promessas. Viana afirmou que trará de volta os trocadores para os ônibus coletivo. Duda Salabert prometeu pagar o maior salário para os professores de todas as capitais brasileiras.
Engler disse que vai contratar mais 4 mil guardas municipais. Correia propôs a criação de uma renda mínima para os idosos. Durante o embate, Correia e Fuad pediram direito de resposta, mas ele foi negado pelos organizadores.