Kalil foi entrevistado pelo Estado de Minas às vésperas do início oficial da campanha pela PBH -  (crédito: Jair Amaral/EM/D.A. Press)

Kalil foi entrevistado pelo Estado de Minas às vésperas do início oficial da campanha pela PBH

crédito: Jair Amaral/EM/D.A. Press

O ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (Republicanos), revelou sua decepção com o atual prefeito Fuad Noman (PSD), seu antigo vice, durante uma entrevista exclusiva concedida nesta quarta-feira (14/8) ao Estado de Minas e ao Portal UAI. Kalil, que decidiu não apoiar a reeleição de Fuad, explicou os motivos por trás dessa decisão e não poupou críticas à gestão do antigo aliado.

 

 

"Então, não tenho mágoa nenhuma, não. Eu tenho decepção sim. Eu tenho uma decepção porque, não quero nem falar isso aqui, porque não cumpre, não tem responsabilidade com a palavra, não tem nada disso", afirmou. Em 2020, Kalil escolheu Fuad como vice em sua chapa para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). No entanto, em 2022, renunciou ao cargo para disputar o governo de Minas Gerais, deixando Fuad no comando da cidade.


 

Questionado sobre possíveis mágoas em relação às mudanças na prefeitura, Kalil foi direto: "Eu acho que é muita arrogância. Porque não adianta dizer que existe secretário mais importante que o outro, porque não existiam. Falar que nomes como Maria Caldas, André Reis, Jackson Pinto, Ângela Dalbem e Maíra Colares não são importantes para a administração é ser cego e não ter a menor sensibilidade do que é o atendimento de uma prefeitura do tamanho de Belo Horizonte”, disse, ao se referir às mudanças de comando em cinco secretarias da PBH.


Apesar de evitar o termo "mágoa", Kalil admitiu uma profunda decepção com o rumo da gestão atual e uma queda significativa na aprovação popular. “Quem se danou nesses dois anos foi quem precisa”, afirmou, referindo-se aos serviços públicos essenciais que, segundo ele, perderam qualidade. "Não ficou praticamente nenhum secretário e caminhamos de mais de 75% de aprovação, que era o que tinha na prefeitura, para uma de 30% hoje", ressaltou.

 

Ele ainda lembrou realizações de seu mandato, como o investimento em saúde e o acesso à internet em comunidades carentes, e lamentou o que considera um retrocesso na gestão atual. "O povo não esquece. Será que o povo esqueceu que largaram um buraco aberto por 15 dias no Belvedere? Um buraco que era só fechar?".