Cartilha -  (crédito: Reprodução)

Cartilha

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O PT acaba de lançar sua "Cartilha para os evangélicos, diálogo nas eleições" com o objetivo de buscar uma aproximação com esse segmento religioso que, reconhece a legenda, a esquerda tem dificuldade em se relacionar. Se trata de uma população estimada em mais de 40 milhões de pessoas, "fundamental para definir os rumos das eleições em todo o país", diz o texto petista.

 

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Elaborada pela Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT, o documento tem o propósito de ampliar o diálogo e recomenda não tratar os evangélicos "como se todos fossem iguais", nem como "fundamentalistas" e tentar evitar o "mau rótulo" a eles, como se comporta parte da esquerda, reconhece a cartilha.

 

 

O propósito da publicação, de nove páginas, é político. O PT tem problemas nessa relação, a exemplo do que se vê no Congresso Nacional, onde a bancada evangélica é mais oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do que apoiadora. Mas a intenção é ir além de deputados e senadores e alcançar o cristão evangélico das ruas.

 

 

"A maior liderança das famílias periféricas é uma mulher negra e evangélica, perfil que sempre apoiou governos progressistas, mas que tem se identificado também com representantes da extrema-direita", informa a cartilha petista.

 

 

Entre as recomendações para esse diálogo com os evangélicos, o PT prega que seja valorizada a família. A cartilha traz várias passagens bíblicas e diz que a família é um "bom caminho para acessar o coração dos evangélicos".

 

 

No capitulo "o que não fazer", o texto defende não tratar todo evangélico como um fundamentalista. "Ainda que haja vários evangélicos conservadores ou moralistas, não convém unificá-los sobre este tipo de classificação, muito menos de fundamentalistas. Todo fundamentalista é conservador, mas nem todo conservador é fundamentalista", exorta o documento do PT.

 

A cartilha também aconselha a não associar críticas a pastores e os crentes à sua fé. "É inócuo, e pode soar como perseguição religiosa, tentar associar e generalizar, erros ou crimes de evangélicos, sejam eles pastores ou não, à sua fé. Quem cometeu um erro deve ser criticado e punido pelo seu erro. Além disso, quanto aos pastores e líderes, a Bíblia fala que eles prestarão contas a Deus sobre os seus feitos."

 

O documento encerra propondo que não se deve rejeitar possibilidades de compreender o mundo a partir de interpretações bíblicas. E cita as referências a Israel e ao aborto. "Algumas visões de mundo que são majoritárias entre evangélicos decorrem de textos bíblicos ou de interpretações culturalmente consolidadas sobre os mesmos. É o caso da existência do Estado de Israel, da condenação ao aborto, da Teoria da Criação."