Lula também afirmou que discorda da nota publicada por seu partido, o PT, logo após a realização do pleito
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Lula também afirmou que discorda da nota publicada por seu partido, o PT, logo após a realização do pleito

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (16/8) que o atual regime de Nicolás Maduro na Venezuela não configura uma ditadura, e sim um "regime muito desagradável" que tem um "viés autoritário".

 

Além disso, um dia depois de sugerir novas eleições para resolver a crise ou mesmo o estabelecimento de um governo de coalizão, ele pareceu recuar, afirmando preferir esperar a decisão da Justiça local acerca do contestado resultado das eleições.

 


 

O presidente ainda afirmou que discordava da nota publicada por seu partido, o PT, logo após a realização do pleito.

 

As declarações foram feitas em entrevista à Rádio Gaúcha em meio à viagem de Lula ao Rio Grande do Sul. Questionado pelo veículo se considerava o regime venezuelano uma ditadura, ele respondeu achar "que a Venezuela vive um regime muito desagradável". "Não acho que é uma ditadura. É diferente de ditadura. É um governo com viés autoritário, mas não é uma ditadura como conhecemos em vários países do mundo", afirmou.

 

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A Venezuela vive uma grave crise desde que realizou eleições presidenciais, em julho deste ano. Horas após o fechamento das urnas, em 29 de julho, o órgão nacional eleitoral declarou a vitória de Maduro no pleito, encaminhando-o assim para um terceiro mandato presidencial.

 

Mas o resultado é amplamente questionado pela oposição e por diversos líderes regionais. Segundo a coalizão adversária, seu candidato, o ex-diplomata Edmundo González, venceu as eleições por 67% dos votos, contra 30% de Maduro. Esse resultado seria comprovado pelas atas que o grupo tem em mãos e que disponibilizou online, segundo ele oriundas de cerca de 80% das mesas de votação do país.

 

 

O Brasil e outros países têm pressionado o regime Maduro para que divulgue as atas que comprovariam a lisura do pleito. As autoridades venezuelanas ainda não deram transparência a esses documentos até o presente momento.

 

Nesta quinta-feira (15/8), Lula havia afirmado pela primeira vez que não reconhecia a vitória de Maduro e sugeriu novas eleições ou um governo de coalizão como saídas para a crise no país vizinho.

 

No entanto, a proposta enfrentou resistência tanto de Maduro como da oposição venezuelana, que não aceitam um novo pleito.

 


Por um momento, houve a indicação de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apoiaria a realização de uma nova eleição na Venezuela. Ao ser questionado por jornalistas, nesta quinta, se apoiava a ideia, respondeu "sim, eu apoio".

 

No entanto, um porta-voz da Casa Branca amenizou posteriormente a declaração, dizendo que Biden se referia "ao absurdo de que Maduro e seus aliados não tenham sido honestos sobre as eleições". Houve rumores de que o presidente não teria ouvido ou entendido a pergunta, mas não há nenhum posicionamento da Casa Branca nesse sentido.

 

O presidente brasileiro afirmou que não vê risco de uma guerra civil na Venezuela, porque há países vizinhos que atuam para buscar uma solução para a crise. Sobre o impasse referente às novas eleições, afirmou que agora será preciso esperar a decisão da Suprema Corte do país.

 

 

"Não acredito numa guerra civil na Venezuela. Não acredito porque acho que há muitos países com disposição de ajudar para que a gente viva em paz na América do Sul. A guerra não leva à nada. Só leva à destruição. A paz leva ao crescimento econômico, distribuição de riqueza. É isso que eu espero para a Venezuela. É isso que eu torço para a Venezuela. E vamos esperar porque agora tem uma Suprema Corte que está com os papeis para decidir. Vamos esperar qual será a decisão disso", afirmou o mandatário.

 

Lula também foi questionado sobre a nota do PT que reconheceu a vitória de Nicolás Maduro nas eleições.

 

"Eu não concordo com a nota. Eu não penso igual à nota. Mas eu não sou da direção do PT. O problema da Venezuela será resolvido pela Venezuela", afirmou o presidente.