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Partidos de centro e de direita somam a maior parte dos candidatos em Minas

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Encerrou-se, nesta quinta-feira (15), o prazo para o registro de candidaturas para as eleições municipais deste ano junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com as informações fechadas oficialmente e a campanha em curso, o Núcleo de Dados do EM apurou que o PSD é o partido com mais candidatos em Minas, considerando todos os cargos em disputa: prefeito, vice-prefeito e vereador.

 

 

São 6.216 políticos do PSD na disputa, o que dá uma média de sete candidaturas por cidade mineira. O partido tem adotado uma estratégia de se interiorizar nos últimos anos. Prova disso é a bancada de 10 deputados estaduais na Assembleia Legislativa, a terceira maior da Casa, atrás apenas do PL e do PT.

 


Depois do PSD, os partidos com mais candidatos nas eleições municipais em Minas são o MDB com 5.623 postulantes; e o Republicanos com 5.169. Em quarto, aparece o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. A legenda do líder direitista soma 5.165 candidatos no estado, cerca de seis por cidade, considerando as 853 prefeituras. Também da ala conservadora, o Progressistas fecha o top-5 com 4.996 postulantes.

 


Os 10 partidos com mais candidatos contam, ainda, com União Brasil (4.945), PT (4.482), Avante (4.246), PDT (3.712) e PSDB (3.627). Por outro lado, quatro legendas não ultrapassam a marca de 100 nomes nas urnas mineiras: PCB (quatro), PCO (10), UP (12) e PSTU (37), todas do campo à esquerda, ainda que o PCO, nos últimos anos, tenha tido uma guinada conservadora a partir de declarações do seu atual presidente Rui Costa Pimenta.


Prefeitos

O PSD também lidera o número de candidatos a prefeito em Minas Gerais nas eleições de 2024. São 269 candidatos ao cargo pela legenda. Ou seja, cerca de 30% das cidades do estado terão um nome da sigla na disputa pela cadeira do Executivo. O número é seguido pelo PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com 216 prefeitáveis. O Republicanos e o MDB somam 204 cada. Presidente dessa última sigla em Minas, o deputado federal Newton Cardoso Júnior resumiu que a estratégia da agremiação “é fazer o maior número de prefeitos possível”, sem detalhar nomes que julga favoritos.

 

Também ultrapassam a marca de 100 candidatos a prefeito os seguintes partidos: União Brasil (172); Progressistas (165); PL (162); PSDB (134); Avante (125) e PRD (107). Por outro lado, sete legendas não alcançam a marca dos 10 postulantes ao Executivo nesse pleito: PMB (nove); Psol (oito); Agir (sete); PCdoB (cinco); PCO (quatro); UP (três) e PCB (um).


Maiores colégios eleitorais


O EM também conferiu como está a distribuição partidária nos 10 maiores colégios eleitorais de Minas Gerais. O grupo inclui os municípios de Belo Horizonte, Uberlândia (Triângulo), Contagem (Grande BH), Juiz de Fora (Mata), Betim (Grande BH), Montes Claros (Norte), Uberaba (Triângulo), Governador Valadares (Vale do Rio Doce), Ribeirão das Neves (Grande BH) e Ipatinga (Vale do Rio Doce).


Nas 10 maiores cidades, o PL de Bolsonaro tem o maior número de apostas: 265 candidatos. Os cinco primeiros colocados ainda contam com o MDB (254), os Progressistas (251), o PDT (248) e o Novo (245), do governador Romeu Zema.


Presidente do Novo em Minas, Christopher Laguna afirma que a apuração da reportagem acompanha a estratégia do partido para as eleições. "Nossa ideia é fortalecer o partido nos grandes polos, nas cidades com mais de 100 mil habitantes. Queremos eleger um a três vereadores nesses grandes centros. Nas cidades ao redor desses municípios, a nossa ideia é começar um trabalho de direita, liberal e conservadora. Essas cidades são menos ideológicas que os grandes centros. Queremos trazer diálogo", diz.


Protagonistas da polarização da política nacional, PL e PT são as legendas que mais tentam eleger prefeitos nos principais colégios eleitorais, uma estratégia comum para "marcar território" de olho nas eleições de 2026. Cada uma das siglas soma sete candidatos ao cargo nesses municípios.


O presidente do PT de Minas, o deputado estadual Cristiano Silveira, afirma que a estratégia da legenda compreende diversas frentes. "Ainda que você não vença, se o seu partido político participa e tem uma votação expressiva, você organiza grupos na cidade. Eu costumo dizer que em muitas cidades onde o Lula venceu (em 2022), a oposição é quem governa. Sempre é importante que partidos grandes participem nesses municípios. É a máxima do futebol: 'time que não joga não tem torcida'. A participação dos candidatos a prefeito ajuda a eleger vereadores e coloca essas pessoas no protagonismo da discussão. É um conjunto de elementos. Também têm as eleições proporcionais de 2026. Nas cidades médias e grandes, candidatos a vereador, vice e prefeitos, quando bem votados, despontam como possíveis nomes", diz o presidente do PT em Minas, Cristiano Silveira.