A disputa pela Prefeitura de BH apresenta este ano maior inclusão, ainda que pequena, de mulheres e de pessoas negras -  (crédito: Marcos Vieira /EM/DA. Press)

A disputa pela Prefeitura de BH apresenta este ano maior inclusão, ainda que pequena, de mulheres e de pessoas negras

crédito: Marcos Vieira /EM/DA. Press

A corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte em 2024 mostra uma maior diversidade de perfis entre os candidatos em comparação às disputas eleitorais anteriores. Levantamento feito pelo Estado de Minas, com base nos dados de autodeclaração no cadastro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aponta que houve um avanço considerável na representatividade de gênero e raça.

 


Em comparação com anos anteriores, o cenário político da capital mineira indica um aumento da presença de candidatos que fogem ao perfil tradicional predominante na política, historicamente dominado por homens brancos. O pleito atual apresenta maior inclusão, ainda que pequena, de mulheres e de pessoas negras.

 

Gráficos ilustram perfis dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte em 2024

Perfis dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte em 2024

Ilustração

Gráficos ilustram perfis dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte em 2024

Perfis dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte em 2020

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Gráficos ilustram perfis dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte em 2024

Perfis dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte em 2016

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A disputa eleitoral deste ano conta com 10 postulantes, dos quais metade (50%) dos candidatos se autodeclarara como "homens brancos", enquanto homens pardos e negros representam 10% cada – um candidato de cada grupo. O cenário também traz um pequeno avanço na representatividade feminina, com uma mulher negra, uma mulher branca e uma mulher parda – cada uma correspondendo a 10% do total – entre os postulantes deste ano.

 


Nas eleições municipais de 2020, a disputa em BH contou com 15 candidatos, dos quais 12 eram homens, representando 80% do total, enquanto apenas três mulheres. Embora o número de mulheres na disputa deste ano seja o mesmo, sua representação proporcional é menor em relação ao total de candidatos.

 

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No pleito municipal de 2020, havia dez homens brancos, que representavam 66,7% dos candidatos, enquanto homens pardos e negros eram apenas um de cada grupo, correspondendo a 6,7% cada. Entre as mulheres, uma era parda, representando 6,7% dos candidatos, e duas brancas, correspondendo a 13,3%.

 


O cenário atual também representa uma evolução significativa em comparação à disputa de 2016, que contou com 11 candidatos. Naquele ano, o perfil dos prefeitáveis era ainda mais homogêneo, com oito homens brancos concorrendo ao pleito, que correspondiam a 72,7% dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte.

 

 


Para o cientista político Adriano Cerqueira, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e do Ibmec, a diversidade entre os candidatos reflete a necessidade dos partidos de se adequarem às regras eleitorais e o esforço para estimular a participação de diferentes grupos da sociedade na representação política. Na opinião de Cerqueira, embora as cotas eleitorais sejam especificamente aplicáveis às eleições proporcionais – para cargos legislativos como deputados e vereadores – elas também incentivam uma maior diversidade no cenário eleitoral como um todo.

 


"Acredito que o principal motivador é a adequação à legislação eleitoral, que está cada vez mais exigindo essa diversidade nas candidaturas. Claro, tem a própria motivação da direção partidária que quer trabalhar esse quesito, mas acredito que o maior motivador realmente seja a questão da legislação", analisa o cientista político.

 


Cerqueira também destaca o papel de lideranças políticas que têm se dedicado a incentivar uma participação mais diversa no processo eleitoral. “Há lideranças, por exemplo, femininas, em curso nacionalmente, visando mobilizar e aumentar a participação feminina nas eleições. Vale lembrar aqui a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que é presidente do PL Mulher, e que está rodando o país visando exatamente aumentar o nível de participação feminina nas eleições municipais em todo o Brasil”, aponta. 

 

Orientação sexual

 

Neste ano, pela primeira vez na história, os candidatos também podem indicar a sua orientação sexual, caso queiram, ao fazer o registro na Justiça Eleitoral. Os prefeitáveis também podem identificar, além do tradicional masculino/feminino, a identidade de gênero: cis, grupo que se identifica com seu gênero de nascimento, ou trans, que se identifica com gênero diferente do seu nascimento. "As candidatas e os candidatos poderão manifestar interesse em que sua orientação sexual seja divulgada nas informações públicas relativas ao registro de candidatura, caso em que será disponibilizado campo próprio para coleta do dado e para autorização de sua divulgação", diz o trecho da resolução que trata sobre o registro dos candidatos para as eleições. Este ano, a disputa eleitoral em BH conta com um candidato que se define como bissexual e uma candidata que se identifica como transsexual.

 

CANDIDATOS À PBH 

COMO SE DECLARAM NO TSE

 

Bruno Engler - PL - Homem, branco


Carlos Viana - Podemos - Homem, pardo


Duda Salabert - PDT - Mulher, branca


Fuad Noman - PSD - Homem, branco


Gabriel Azevedo - MDB - homem, branco


Indira Xavier - UP - Mulher, negra


Lourdes Francisco - PCO - Mulher, parda


Mauro Tramonte - Republicanos - Homem, branco


Rogério Correia - PT, Homem, branco


Wanderson Rocha - PSTU - Homem, preto