O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reforçou nesta quarta-feira (21/8) uma mudança de postura de aliados de Jair Bolsonaro (PL) e partiu para ataques contra Pablo Marçal, dias após acenos do ex-presidente ao candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo.
Em vídeo postado em redes sociais, Eduardo pediu que apoiadores "tomem cuidado", citou suspeitas que ligam a sigla de Marçal à facção criminosa PCC e associou a conduta do influenciador a uma tentativa de "lacração".
"Começa a perder um pouco da moral para ficar fazendo aquela gracinha acusando os outros de cheirador. Inclusive falou que havia dois, e um não apontou quem é. Enfim, tem gente que gosta da lacração", disse.
Minha experiência com Pablo Marçal. Cada um que faça o seu julgamento. pic.twitter.com/ct9wr9APH1
— Eduardo Bolsonaro???????? (@BolsonaroSP) August 22, 2024
Marçal tem recorrido ao factoide de associar Guilherme Boulos (PSOL), sem apresentar provas nem indícios, ao consumo de drogas.
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O candidato do PRTB disse inicialmente que revelaria que dois concorrentes à prefeitura são "cheiradores de cocaína". Depois, passou a fazer as insinuações apenas contra Boulos e, mesmo assim, sem lastro em fatos.
Por esse motivo, Marçal acumula, na primeira instância, decisões de remoção de conteúdo de suas contas e de direito de resposta ao candidato do PSOL. Mesmo assim, tem repetido a insinuação em eventos e nas redes sociais.
Eduardo Bolsonaro criticou Marçal por ter cancelado "em cima da hora" uma entrevista ao bolsonarista Paulo Figueiredo e disse que ele poderia ser chamado de "arregão".
O deputado ainda disse que "muita coisa está mudando" e citou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre articuladores do partido de Marçal suspeitos de trocar carros de luxo por cocaína para o PCC.
Aliados de Bolsonaro têm buscado nos últimos dias reforçar apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), após elogios do ex-presidente a Marçal.
A crise teve início a partir da insatisfação do bolsonarismo com um vídeo do prefeito em apoio a Joice Hasselmann (Podemos) como candidata a vereadora — eleita em 2018 na onda bolsonarista, ela rompeu com o grupo e é considerada traidora.
"É inacreditável como Nunes cava a própria sepultura. Como pode apoiar a maior traidora do bolsonarismo? Ele tem o apoio do PL, mas erra nos acenos, nesta coisa de se mostrar ao centro. É nesse vácuo que o Pablo Marçal tem crescido, por se alinhar com o eleitorado fiel aos nossos valores. Falta diálogo conosco. [...] Quero ver o Nunes falando contra o aborto, contra a ideologia de gênero e sobre as perseguições que sofremos pelo Brasil", afirmou Eduardo Bolsonaro ao jornal O Globo na quarta (14).
Depois, em entrevista à Rádio 96 FM, de Natal, Jair Bolsonaro elogiou Marçal dizendo que ele "fala muito bem, uma pessoa inteligente, tem suas virtudes" e que Nunes não era seu "candidato dos sonhos".
No final de semana, o ex-presidente mudou de discurso e afirmou à CNN Brasil que Marçal é mentiroso e, em lista de transmissão no WhatsApp, associou o influenciador a "produto estragado".