O candidato à Prefeitura de Belo Horizonte do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Wanderson Rocha, defende como sua primeira medida, caso seja eleito, a redução dos salários de prefeito, secretários e vereadores de Belo Horizonte. “A política não pode servir para enriquecer as pessoas", disse Rocha na terceira sabatina do Estado de Minas com os concorrentes ao comando do Executivo da capital.
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Na entrevista, Wanderson falou sobre suas propostas como a tarifa zero e a redução da jornada de trabalho, além de outros temas como educação, saúde e transporte público. O candidato é professor da rede municipal de Belo Horizonte, cuja trajetória política começou durante sua graduação em Pedagogia na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). No ambiente universitário, ele se envolveu nos movimentos estudantis, dando início a trajetória política. A seguir, os principais pontos da entrevista.
Porque você é candidato à Prefeitura de Belo Horizonte?
O que sempre me motivou é a luta do dia a dia contra a desigualdade social. A estrutura política que eu absorvi no movimento estudantil me trouxe a querer uma educação de qualidade e a querer a prestação de serviços públicos de qualidade. Nós, trabalhadores, também temos que nos colocar enquanto opção para que os trabalhadores possam ver que nós temos um programa que, de fato, vai atender aos seus anseios. O PSTU se coloca nesse momento enquanto uma opção para mudar o regramento.
Caso seja eleito, qual será o seu primeiro ato?
A nossa primeira atitude será enviar um projeto de lei para a Câmara Municipal para que tanto secretários quanto o prefeito ganhem o salário de origem, e solicitar também ao presidente da Câmara que faça o mesmo, que reduza o salário. Aí sim, a gente começa a mudar um pouco o sistema e a percepção de que a política não pode servir para enriquecer as pessoas.
O senhor é defensor da taxação dos bilionários. Caso seja eleito, como pretende implementar essa medida na cidade e com qual objetivo?
Se a gente não faz essa inversão de taxar os bilionários, a lógica nunca vai mudar. A gente, quando assumir, vai analisar quais são as isenções que a prefeitura dá para esses bilionários. A outra medida vai em relação ao próprio IPTU. É preciso fazer uma redistribuição da forma como ele é cobrado. A gente compreende que tem que analisar não só a área da construção, mas também analisar justamente a renda per capita da família.
No seu programa de governo, há uma proposta de destinar 30% da arrecadação do município para a educação. Como esse recurso seria aplicado para melhorar a qualidade do ensino?
A primeira medida é fazer uma análise do censo e da matrícula para garantir a redução do número de alunos em sala de aula. Quem é pai ou mãe quer qualidade no ensino, o professor precisa disso. Também pagar o piso nacional para as professoras e professores e garantir de fato que tenhamos a inclusão necessária e equipes multidisciplinares atuando.
O senhor também propõe o atendimento em tempo integral para todas as crianças e adolescentes. Quais ações concretas que irá adotar para que isso seja viável na cidade?
O nosso ponto de vista tem uma medida que, daqui a quatro anos, vai retirar o atendimento das creches conveniadas e repassar a responsabilidade para a prefeitura, para que, de fato, a gente tenha o tempo integral. Não só o tempo integral manhã e tarde, mas também analisar a demanda das mães que trabalham e saem mais tarde, e termos a ampliação do atendimento na parte noturna.
A sua proposta de governo fala da tarefa zero, né? Quais iniciativas você sugere para implementar e sustentar esse modelo na cidade?
É possível garantir tarifa zero, basta a gente criar uma empresa municipal que vai absorver o transporte. Os conselhos populares são fundamentais, porque são os usuários que vão dizer aonde que tem que ter a melhoria do transporte de fato.
O seu programa também fala da falta de moradia como um dos principais problemas de Belo Horizonte. Quais medidas adotar para esse déficit habitacional?
Tem que pegar os imóveis ociosos e utilizar para moradia. Ter política também de moradias sociais. Acho que é fundamental. As políticas de moradias sociais permitem, principalmente, aos moradores que estão em situação de rua uma possibilidade de ter moradia.
O seu programa também fala da falta de moradia como um dos principais problemas de Belo Horizonte. Quais medidas adotar para esse déficit habitacional?
Tem que pegar os imóveis ociosos e utilizar para moradia. Ter política também de moradias sociais. Acho que é fundamental. As políticas de moradias sociais permitem, principalmente, aos moradores que estão em situação de rua uma possibilidade de ter moradia.
A agenda do PSTU não vai muito ao encontro com o governo Zema. Se eleito, como é que você faria essa ponte com o governo do estado para que a cidade possa funcionar naquilo que depende do governo?
Vamos conversar, seja com o Zema, seja com o Lula. Nós não temos problema nenhum de conversar com esses governantes. Agora, qual é o tipo de conversa, né? Chamou, vamos conversar, mas não venha com conversa de que tem que passar dinheiro público para iniciativa privada, para privatização e terceirização.
Segurança Pública é sempre um problema para o cidadão comum. Você pretende mexer, por exemplo, nas atribuições da guarda municipal?
Vamos analisar o plano de carreira para melhorar a Guarda Municipal. Mas nós não podemos ter a lógica militarizada da Guarda Municipal. A Guarda Municipal não tem que servir para bater em professor, tem cuidar do patrimônio da nossa cidade, ajudar a cidade de forma coerente e não militarizada como atualmente ela é.