No depoimento à PF, o ex-PM Ronnie Lessa (E) narra como foi a preparação e a execução do assassinato de Marielle Franco e do motorista dela -  (crédito: Reprodução/Renan Olaz/CMRJ)

No depoimento à PF, o ex-PM Ronnie Lessa (E) narra como foi a preparação e a execução do assassinato de Marielle Franco e do motorista dela

crédito: Reprodução/Renan Olaz/CMRJ

O ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que mataram Marielle Franco e Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, em 2018, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta terça-feira (27/8). Na oitiva, ele afirmou que acredita que tentaram incriminar o ex-marido da vereadora pelo assassinato.

 

Lessa, assassino confesso, afirmou que os mandantes enviaram ele para o endereço onde morava Eduardo Alves, ex-marido de Marielle. "Nós fomos sacaneados nisso. Falaram para gente que ela morava lá, mas ela não morava mais lá. Aí a gente faz uma matemática muito simples: iam culpar o ex-marido, um crime passional. Eu não estaria preso, muito menos os mandantes", afirmou.

 

 

"Se acontecesse com ela saindo daquele endereço, esse pobre coitado desse ex-marido estaria na cadeia", disse Lessa. Ele afirmou que incriminando o ex-marido da vereadora, o homicídio "ia virar crime passional". Lessa pediu para depor sem a presença dos irmãos Chiquinho Brazão, deputado federal, e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do estado. A solicitação foi atendida pela corte.

 

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Lessa disse não ser mais perigoso que os irmãos Brazão, apontados como mandantes do crime. “O simples fato de eu ter praticado o crime não faz eu ser mais perigoso do que eles”, disse Lessa. A declaração ocorreu na 12ª audiência do caso Marielle, que está sendo julgado no Supremo. Hoje será ouvido pela corte o ex-policial Élcio Vieira de Queiroz.

 

 

Élcio firmou acordo de delação com o Supremo e afirmou que Lessa foi o executor. Posteriormente, Ronnie Lessa também firmou um acordo de colaboração e disse que os irmãos Brazão são os mandantes. Também declarou que o delegado Rivaldo Barbosa sabia com antecedência dos assassinatos.