BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a defender que a Vale chegue a um acordo de indenização pelos impactos do rompimento da barragem de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, e pediu ao novo presidente da companhia, Gustavo Pimenta, sensibilidade humana para resolver tal questão rapidamente.
Pimenta foi escolhido após análise de uma lista de 15 nomes entregue pela consultoria internacional Russell Reynolds, contratada pela Vale para auxiliar no processo de sucessão -- ele não estava na relação, mas o processo previa a análise também de um nome interno.
A eleição encerrou um conturbado processo de sucessão, que ganhou contornos políticos com a pressão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Silveira elogiou a transparência da escolha, mas criticou a estrutura societária da companhia, de capital diluído, sem um acionista majoritário que comande os seus processos decisórios.
"Isso atrasa questões fundamentais para a sociedade, como no caso específico da Vale, temos o acordo de Mariana para resolver, um acidente que causou impactos ambientais, sociais, materiais, pessoais, alguns irreparáveis", afirmou na manhã desta quarta-feira (28/8).
Disse, porém, que cabe ao governo e ao seu ministério conviver com a companhia, mesmo diante da divergência. "A Vale estava acéfala, agora não, agora tem, tomando posse, uma referência. Espero que o presidente, por ser mineiro, tenha sensibilidade humana [para resolver essa questão]", completou.
Silveira afirmou que companhia precisa cumprir seu papel no Brasil, mesmo atuando em todo mundo. E lembrou que o setor mineral, em específico os minerais críticos (muitos dos quais a Vale explora), são essenciais para a transição energética, uma das prioridades para o desenvolvimento econômico do país.
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"É uma empresa referência do setor mineral do país, e portanto, ela tem obrigações sociais muito relevantes com a nação brasileira, e nós seremos extremamente vigorosos e rigorosos na cobrança dos interesses do povo brasileiro com relação ao setor mineral", disse.
O ministro defendeu, por exemplo, o investimento para realizar o processamento de materiais como o minério de ferro no Brasil ?segundo ele, a falta de oferta de gás natural faz com que o insumo seja enviado para locais como Omã ou México para depois voltar.