Boulos é candidato à prefeitura de São Paulo -  (crédito: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A.PRESS)

Boulos é candidato à prefeitura de São Paulo

crédito: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A.PRESS

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O candidato Guilherme Boulos (PSOL) disse nesta quarta-feira (28) que a alteração de trecho da letra do Hino Nacional para incluir linguagem neutra durante um comício de sua campanha foi "um absurdo" e voltou a responsabilizar a produtora contratada pelo episódio, que municiou adversários seus.

 

"Não foi, logicamente, uma decisão da minha campanha, aquele absurdo que foi feito com o Hino Nacional", afirmou o candidato a jornalistas na saída de um evento na região central da cidade.

 

 

"Aquilo foi uma produtora, uma empresa produtora contratada da nossa campanha, que por sua vez contratou uma cantora e que teve aquele episódio. A nossa campanha se pronunciou de maneira clara e essa empresa produtora não vai mais trabalhar nos próximos eventos da campanha", completou.


 

A campanha de Boulos apagou das redes sociais ligadas ao candidato um vídeo com a transmissão do comício, no sábado (24), com o trecho em que a intérprete Yurungai cantou "des filhes deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil", em vez de "dos filhos deste solo", como diz a letra original.

 

O assunto repercutiu nas redes sociais, e o uso da linguagem neutra (bandeira inclusiva defendida por parte da militância LGBTQIA+ por abolir marcadores de gênero) foi criticado por internautas.

 

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A atividade em que ocorreu o episódio com a cantora foi realizada no bairro do Campo Limpo, zona sul da capital paulista, e contou com a presença do presidente Lula (PT), além de ministros da gestão petista e de Marta Suplicy (PT), candidata a vice-prefeita na chapa do deputado federal.

 

A campanha de Boulos já tinha emitido nota em que atribuía a responsabilidade à empresa que organizou o ato. "A campanha, em momento algum, solicitou ou autorizou alteração na letra do Hino Nacional interpretado na abertura do comício", disse, em nota, nesta segunda-feira (27).

 

 

"A produtora, organizadora do evento, foi responsável pela contratação de todos os profissionais que trabalharam para a realização da atividade, incluindo a seleção e o convite à intérprete que cantou o Hino Nacional", afirmou.

 

A candidata à prefeitura pelo Novo, Marina Helena, foi uma das que criticaram Boulos, afirmando que a modificação na letra foi um "desrespeito e destruição de nossos símbolos nacionais".

 

A assessoria de Marina afirmou nesta quarta que ela assinou uma representação contra Lula e Boulos enviada à PGR (Procuradoria-Geral da República) para que o assunto investigado.

 

O documento cita a lei nº 5.700/1971, sobre os símbolos nacionais, que determina que o Hino Nacional seja executado integralmente. O pedido feito à PGR é de "investigação e responsabilização dos envolvidos por contravenção penal, conforme previsto na legislação".

 

Outros adversários do candidato apoiado por Lula, como os deputados federais Kim Kataguiri (União Brasil-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também repudiaram a iniciativa.

 

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que dirige a seção feminina do PL, usou o caso para atacar Boulos e Lula em suas redes sociais. "Que insanidade mental é essa??? Meeeeu Deus!", escreveu, ao compartilhar notícia sobre o tema.