O senador Carlos Viana (Podemos), candidato à prefeitura de Belo Horizonte, voltou a chamar seu adversário Mauro Tramonte (Republicanos) de "Maurionete, ao falar de suas propostas para as pessoas em situação de rua. "Mas a gente tem que encarar o problema. Não pode ficar fazendo discurso superficial, como o meu adversário Maurionete tem feito. Vem, cumprimenta, a vice (Luisa Barreto, do Novo) fica com cara de nojo do morador de rua, e depois a pessoa volta e não acontece nada", disse Viana na manhã dessa sexta-feira (30).
A declaração de Carlos Viana é uma resposta a Mauro Tramonte, que na última terça-feira afirmou que não pretende "despachar" pessoas em situação de rua de BH, o que soou como uma provocação à proposta do senador para resolver essa questão, que seria“devolver” os moradores em situação de rua que foram “deixados” na capital.
Proposta de 'devolver' moradores de rua está mantida
"Belo Horizonte tem sido alvo de prefeitos irresponsáveis do interior, que têm mandado moradores sem nenhum tipo de apoio, jogando o problema para nós. Recebi muitas críticas, gente falando que a capital tem que abraçar todos. Tem, mas você precisa resolver o problema e você faz isso quando a família do morador de rua está por perto, quando tem relações com a cidade e querem permanecer. Mas, quando eu converso com os moradores de rua, eles querem voltar pra casa", defendeu Carlos Viana.
Nesse sentido, o candidato voltou a falar sobre sua proposta para as pessoas em situação de rua, criticando o trabalho que vem sendo feito atualmente. "Nós vamos ter uma política de controle do morador de rua. Vamos saber quem são, de onde vieram e devolver aqueles que quiserem ir embora e abraçar os que são de BH. O que não pode acontecer é o que estamos vendo aqui hoje. A prefeitura começou um grande trabalho de limpeza aqui e vem retirando os moradores da rua, mas eles vão para outros lugares da cidade. Nós vamos resolver o problema e devolver BH para os comerciantes e as pessoa que gostam de caminhar", detalhou o candidato em ato de campanha na Praça do Peixe, na região da Lagoinha, quando conversou com moradores de rua.
No entanto, a ideia de Carlos Viana continua sendo devolver os moradores de rua que não são de Belo Horizonte às suas cidades. O candidato disse que a maioria das pessoas em situação de rua tem problemas psicológicos, precisam de um apoio, e boa parte já nasceu na rua e nunca teve uma moradia. "Agora, se eu abrir 10 mil vagas de emprego como prefeito, abrir 10 mil vagas de abrigo, vão aparecer 20 mil moradores, porque tudo que é cidade do Brasil vai querer jogar pra nós, fazendo esse transito absurdo e desrespeitoso com os moradores de rua em BH", disse o candidato.
Viana quer regulamentar distribuição de comida às pessoas em situação de rua
Outro ponto que chamou a atenção na fala de Carlos Viana foi a regulamentação dos voluntários que distribuem comida para as pessoas em situação de rua. O candidato à prefeitura de Belo Horizonte afirma que essa questão se tornou um problema porque os moradores de rua comem a primeira marmita que é doada, mas depois chega um segunda marmita em que comem só a carne e jogam o resto da comida na rua.
"As avenidas - Augusto de Lima, Paraná, Santos Dumont - ficam lotadas de lixo de gente que joga comida fora. O que a gente quer fazer? Levar o morador de rua para o restaurante popular. Lá a pessoa vai saber como pode ser ajudada. As igrejas e os centros espíritas que quiserem ter um local em BH, a prefeitura vai doar em concessão, porque assim eles podem receber os moradores lá e nos ajudar a controlar.
Quanto ao compromisso de criar 10 mil vagas em abrigos, Carlos Viana explicou que isso será feito com o terceiro setor. "A prefeitura não tem condições de administrar isso sozinha. Nós já temos diversos abrigos que funcionam bem, mas que precisam ser remodelados. Nós precisamos trabalhar a segurança pública, porque há muita denúncia de tráfico de drogas. Mas precisamos de outros espaços onde esse terceiro setor tem a capacidade de ajudar a prefeitura. E nós, pelos CRAS (Centros de Referência de Assistência Social), podemos dar o apoio psicológico, encaminhar às famílias e buscar o apoio para que essas pessoas não voltem para as ruas", explicou o candidato.