O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), intensificou suas críticas a Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte, e à sua aproximação com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Para Silveira, Kalil está praticando “oportunismo eleitoral” e afirmou que o ex-prefeito se contradiz ao compartilhar palanque com o governador mineiro.


 

A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa neste sábado, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Silveira participou da convenção partidária da Federação Brasil da Esperança, que oficializou a candidatura de Marília Campos (PT) à reeleição.


 

Em sua fala, Silveira afirmou que Kalil está se unindo a algo que ele “não acredita”. Para ele, a aliança é algo “oportunista” e não um “projeto para Belo Horizonte”.

 

 

“O palanque Kalil e Zema em Belo Horizonte é a demonstração da hipocrisia. Os dois fizeram campanhas políticas, e todos lembram disso, ‘chega de política’. Isso não deu certo, agora tá todo mundo junto. Isso é a mais espúria política que pode existir. Alguém que pregou a antipolítica agora se contradiz, se unindo àquilo que não acredita por uma questão de oportunismo eleitoral”, criticou.


 

Zema e Kalil, que foram adversários políticos em 2022, compartilharam palanque na manhã deste sábado (3/8) durante a convenção partidária do Republicanos. Recentemente, Kalil anunciou sua saída do PSD e se juntará ao Republicanos, onde apoiará a candidatura do deputado estadual Mauro Tramonte à Prefeitura de Belo Horizonte. Luísa Barreto, ex-secretária de Planejamento e Gestão do Governo de Minas Gerais, será a vice na chapa.


 

Para Silveira, o posicionamento político de Kalil carece de “coerência”. A expectativa era de que o ex-prefeito apoiasse a candidatura à reeleição do prefeito Fuad Noman, que assumiu o cargo quando Kalil deixou a administração de Belo Horizonte para disputar o governo de Minas nas eleições de 2022.

 

 



 

“Eu sou uma pessoa que a minha vida pública foi pautada por coerência. Onde eu estou,eu estou para valer. Ele fez uma opção. Falei desde a primeira hora que quem vai julgar essa opção de unir cobra e jacaré no mesmo palanque é o povo de Belo Horizonte. Normalmente, o povo de Belo Horizonte é muito lúcido, é um eleitor que vai avaliar as políticas públicas que têm sido feitas”, disse o ministro.

 

 

“Eu quero ver o candidato que eles estão apoiando explicar se ele é um candidato que tem mais identidade com Zema ou Kalil”, completou.


 

O ministro, que é presidente licenciado do PSD de Minas Gerais e secretário nacional, acredita que Kalil demonstrou ingratidão ao anunciar a sua saída da sigla. "O PSD é um partido que fez tudo pelo prefeito Kalil, fez até mais do que eu achava que devia ter feito, mas fez, é fato, ele sabe disso. Se ele cultivasse na alma dele o sentimento mais nobre da alma humana, o sentimento da gratidão, ele não teria virado as costas nesse momento", disse Silveira.


Eleições


Silveira disse que o objetivo nas eleições é tornar Fuad mais conhecido. Ele atribui a falta de conhecimento da figura do prefeito em razão do seu curto período à frente da administração municipal. “Ele é pouco conhecido, porque assumiu um ano e meio atrás”. Em sua fala, Silveira ressaltou as políticas públicas do prefeito e também garantiu o apoio de nomes como o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

 

Dívida de Minas


Ao ser questionado sobre a dívida de Minas Gerais, Silveira acusou Zema de adotar comportamentos distintos nos “bastidores” e publicamente. Segundo o ministro, o governador tem mostrado que não tem a intenção de quitar a dívida bilionária do estado com a União, atualmente estimada em cerca de R$ 165 bilhões. 


 

“Um ato de irresponsabilidade de alguém que dizia que era aliado ao governo Bolsonaro Por que que ele não equacionou essa dívida? E agora fica fazendo hipocrisia, fazendo um jogo de palavras dizendo que o governo federal cobra juros distorcidos dos estados. Ficou cinco anos aliado ao governo Bolsonaro e não resolveu o problema da dívida de Minas”, disparou.


 

 

 

“Todos os gestos públicos do governador são diferentes dos gestos nos bastidores. Ele demonstra que não quer pagar a dívida. Ele demonstra que não tem interesse em equacionar a dívida. Ele demonstra que quer aprovar na Assembleia o Regime de Recuperação Fiscal que penaliza o servidor público”, completou as críticas. 


 

Além disso, Silveira continuou suas críticas, questionando como Kalil pode estar do lado de um governador que, segundo ele, aumentou a dívida pública de Minas em R$ 56 bilhões e não pagou um centavo nos últimos cinco anos. 


 

“Eu acho que o prefeito Kalil vai ter que explicar o porquê de estar no palanque, por que fez essa opção de virar as costas para o Fuad, e ele vai ter que explicar qual é a verdadeira identidade dele com os bolsonaristas e qual é a verdadeira identidade dele com Zema”, disse.

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