Foi-se o tempo em que adversários políticos no plano nacional faziam alianças das mais diversas no interior afora e até mesmo nos estados e capitais. Em Minas, elas chegaram até a receber apelidos.

 

 

Quem não se lembra do "pimentécio", quando o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) se uniu ao então governador Aécio Neves (PSDB) para garantir a eleição de Márcio Lacerda, na época filiado ao PSB, para prefeito da capital? Ou do Lulécio, quando os tucanos se aliaram aos petistas para reeleger Luiz Inácio Lula da Silva para seu segundo mandato à Presidência da República? Em tempos de radicalização da política, essa prática vem sendo combatida de maneira veemente pelos partidos.

 

 


Em Minas, o PL, por meio de seu comando nacional, promete cassar as alianças feitas pelo partido com os arqui-inimigos PT, PSol, Rede e PCdoB. A legenda já desfez as alianças que o PL fez com esses partidos nas cidades de Mariana (região Central) e São Sebastião do Anta (Leste de Minas) e delegou a decisão sobre as eleições para o comando estadual hoje presidido pelo deputado federal Domingos Sávio.

 

 

Em pelo menos outras quatro cidades mineiras, PL e PT seguem juntos. O PL recebeu diversas denúncias de coligação seladas pelas comissões municipais da legenda com os partidos vetados e afirma estar investigando todas para adotar medidas cabíveis.

 

 

Fazendo o jogo do contente, aquele da Pollyana, personagem de um clássico da literatura infanto-juvenil, que sempre achava um lado bom das coisas, a falta de coerência ideológica e o fisiologismo sempre foram um dos males da política brasileira e a exigência de um alinhamento de ideias para selar alianças não deixa de ser positivo.

 

Mas o reverso desse jogo não deixa também de ser desanimador. É que hoje as legendas não são mais apenas adversárias, são inimigas, o que muitas vezes interdita o debate em torno do que realmente importa: o bem-estar da população, principalmente da mais desassistida.


“Pagar e chorar”


A desembargadora Ana Paula Caixeta, terceira vice-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), negou recurso do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) contra a condenação por transfobia contra a deputada federal Duda Salabert (PDT).

 

Nikolas foi condenado por unanimidade, em segunda instância, em dezembro passado, a pagar uma indenização de R$ 30 mil para Duda. O processo foi motivado por uma discussão entre o bolsonarista e a parlamentar, quando os dois ainda eram vereadores em Belo Horizonte, em que ele se referiu a ela por pronomes masculinos, mesmo sendo alertado que ela se apresentava como mulher.

 

“Entrou com recurso, perdeu. Outro recurso, perdeu. Mais um recurso, perdeu novamente. Só cabe a ele o recurso de me pagar e chorar. Nikolas, mandei no privado meu pix. Aguardo meus 30 mil”, ironizou a parlamentar. Nikolas não comentou a decisão. (AM)

 

 

 

Sem vácuo

Duda Salabert, candidata a prefeita da capital mineira, está empenhada em eleger uma mulher trans vereadora para ocupar o espaço deixado com sua saída, em 2023, da Câmara Municipal de Belo Horizonte para exercer o cargo de deputada federal pelo PDT.

 

Duda foi a primeira vereadora trans da capital mineira, eleita em 2020, com uma votação recorde. A candidata à sucessão de Duda na CMBH é Mallu Almeida, que preside a Secretaria da Diversidade do PDT de Belo Horizonte. “Fiz um compromisso no último congresso da Associação Nacional de Travestis e Transexuais de que lutaria para eleger uma vereadora trans em BH”, afirmou Duda, que trabalha para eleger Mallu Almeida. (AM)

 

 

Danizinha não onerosa

 

A animação infantil Danizinha Protetora, inspirada na família do pastor da Igreja Batista Getsêmani, Jorge Linhares, não tem custo para os cofres da emissora pública mineira. Ela está sendo exibida por meio de um Termo de Cessão Não Onerosa, onde toda a produção é por conta dos pastores, a TV pública apenas transmite. A veiculação de uma animação de cunho religioso na emissora gerou críticas e até mesmo representação no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que ainda não se manifestou. (AM)

 

Aproximação com os evangélicos

A exibição do desenho é mais um movimento do governador Romeu Zema (Novo) em direção aos evangélicos. Nessa segunda, Zema participou de um almoço palestra com a Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas de Minas Gerais (ADCE-MG). Na semana passada, ele esteve na comemoração dos dez anos do Templo Salomão, da Igreja Universal do Reino de Deus.

 

 

Em junho, participou do maior evento de música gospel da América Latina, realizado em Belo Horizonte, no estádio do Mineirão, que contou com apoio do governo do estado. Recentemente, o governador também nomeou como secretária de estado de Defesa Social, a deputada estadual Alê Portela (PL), filha do deputado federal e pastor da Igreja Batista Solidária, Lincoln Portela. (AM)

 


Clássico na CMBH

Dois jogadores de futebol, um da ativa e outro já aposentado, vão receber títulos de cidadão honorário de Belo Horizonte. Roger Flores, ex-jogador do Cruzeiro, e Paulinho, atacante titular do Atlético Mineiro, serão homenageados pela Câmara Municipal de Belo Horizonte em solenidades a serem realizadas nos próximos dias 23 e 30 de agosto.

 

A homenagem a Flores, hoje comentarista esportivo, é de autoria do vereador Miltinho CGE (PDT), sigla para Comando Geral Eldorado, torcida organizada do Cruzeiro. Já a honraria concedida a Paulinho foi proposta pelo vereador Pedro Patrus (PT), torcedor do Galo. (AM)

 

Cota de medalhas

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai homenagear as brasileiras medalhistas nas olimpíadas em Paris. A sugestão é da deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT). Para ela, “é dever do Poder Legislativo reconhecer a importância do protagonismo das mulheres na Olimpíada”.

 

“Elas estão se destacando e colocando o Brasil no pódio”, defende. Até ontem, nove das 13 medalhas de ouro do Brasil foram conquistadas pelas mulheres, reflexo da cota que entrou em vigor na disputa deste ano. Neste ano, pela primeira vez, o Comitê Olímpico Internacional determinou que as vagas fossem preenchidas igualitariamente por homens e mulheres. (AM)

 

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