O ex-ministro Antônio Delfim Netto morreu na madrugada desta segunda-feira (12/8) aos 96 anos. Ele estava internado desde a última segunda (5) no Hospital Israelita Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo (SP).

 

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Delfim Netto foi ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento. Ele também foi deputado federal. De acordo com a família, não haverá velório aberto e o enterro será reservado aos parentes. Ainda não há detalhes sobre a causa da morte.

 

 

Quem foi Delfim Netto?

 

O ministro que assinou em 1968 o AI-5, o ato que inaugurou os Anos de Chumbo no país, foi também o deputado federal que, 20 anos depois, chancelou a Constituição de 1988, considerada uma das mais democráticas do planeta.

 

Foi o homem forte dos generais durante o regime militar (1964-1985) e, quase duas décadas depois, um dos principais interlocutores de Lula nos dois primeiros mandatos do ex-metalúrgico.

 

O economista e professor da USP soube se reinventar ao longo da carreira. Dizia em vida ter sido três: o primeiro, um socialista fabiano, que defendia reformas e ações pacíficas para se chegar ao socialismo. O segundo, o homem do governo militar. E o terceiro, o que contribuiu no fim da vida com as políticas sociais do primeiro governo Lula (2003-2010).

 

Sua projeção nacional começou em 1967, quando se tornou, aos 38 anos, o mais jovem ministro do país. Assumiu a pasta da Fazenda de Costa e Silva para só deixá-la em 1974, no fim do governo Médici. No período, ganhou a fama de "czar da economia brasileira". Nos 21 anos de ditadura, comandaria por 13 deles a economia do país.

 

Alçado do cargo de secretário da Fazenda de Laudo Natel, em São Paulo, era descrito como um negociador habilidoso que demolia argumentos contrários com humor e amaciava seus críticos.

 

Em sua primeira temporada como "mandachuva do governo", o país viveu de 1969 a 1973 o período conhecido como "milagre econômico". As taxas de crescimento registradas naquela época eram superiores a 9% ao ano.

 

Logo ao assumir o cargo, Delfim anunciou o tabelamento e a redução da taxa de juros e a ampliação do crédito para combater a inflação e acelerar o crescimento. Também aumentou o gasto público e incentivou o investimento privado nas indústrias.

 

(Com informações Folhapress)

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