Candidato à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o senador Carlos Viana (Podemos) afirmou, em caminhada pelo centro nesta segunda (19/8), que o imbróglio envolvendo a vice na chapa, Kika da Serra (Podemos), foi resolvido internamente e que o nome dela será registrado na Justiça Eleitoral nos próximos dias.
Viana tinha anunciado Kika como vice, mas o comando do partido, contrariando o candidato, registrou o nome de Renata Rosa na chapa. Segundo o senador, o Podemos entendeu que a escolha da vice é do candidato e a divergência em relação a quem comporá a chapa foi “pacificada”.
“A Kika é uma escolha do candidato. Nós conversamos muito em Brasília sobre esse assunto e chegamos à conclusão de que precisamos pensar na campanha e agora é uma questão burocrática para resolvermos e muito em breve acabar com esse assunto. A Renata vai continuar conosco, nos apoiando”, disse Viana, que andou pela avenida Afonso Pena sem a companhia de sua vice. Segundo ele, Kika da Serra é mãe de seis filhos e não participou da agenda de hoje devido a compromissos com o cuidado deles.
Para Viana, “estrategicamente” o nome de Kika é o melhor, pois ela é uma liderança comunitária que representa vilas e favelas de Belo Horizonte. “Eu quero trazer essa população para a prefeitura. Kika, além de vice, vai ser secretária especial para vilas e aglomerados”, acrescentou o candidato à PBH.
'Hábito ruim'
Viana também comentou sobre a decisão da Justiça Eleitoral que determinou que o candidato faça a adequação de seus materiais de campanha e inclua o nome de sua candidata a vice-prefeita nas peças publicitárias. A Justiça eleitoral foi acionada pelo também candidato a prefeito Gabriel Azevedo (MDB) sob alegação de que o nome de Kika não estaria sendo mencionado por Viana.
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“O Gabriel tem a mania de gravar as pessoas, isso já é hábito dele (...) Ele tem esse hábito na política que é ruim. Ele gravou um story (recurso de publicação temporária na rede social Instagram) nosso. Nós não somos obrigados nos stories a colocar nome de vice”, afirmou Viana.
O candidato disse que será prefeito para valer e não vai usar o cargo para trampolim para outras funções na política. “O que é que Belo Horizonte virou nos últimos anos? Todo o grupo político que chega aqui quer usar BH para ganhar outra coisa. BH não tem independência, não tem um projeto e BH não é o princípio do discurso”, afirmou ele. Procurado pela reportagem, Azevedo não se manifestou sobre as críticas de Viana.
Revitalização
Viana chegou à Praça Sete por volta das 14h e se disse impressionado com o “esvaziamento do centro”. Ele prometeu ações para recuperar a região. “Em plena segunda-feira, uma cidade esvaziada na Praça Sete. Não quero isso não, eu quero uma BH nova”, defendeu. Para ele, o centro foi sendo esvaziado em função de dificuldades que foram criadas pela administração municipal ao longo dos últimos dez últimos anos.
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“As lojas foram sendo abandonadas, os moradores de rua tomaram conta e isso vai desincentivando ainda mais o investimento no que sempre foi um ponto importante da cidade”, criticou o senador, que apontou como solução a flexibilização das regras de uso e ocupação da região para incentivar os comerciantes a retomarem o espaço. Ele também prometeu resolver a questão da população de rua em parceria com as entidades do terceiro setor e transformar prédios comerciais abandonados ou vazios em moradia popular.
Se eleito, o candidato disse ainda que vai levar parte dos prédios administrativos da cidade para a região da Praça da Estação “Quando nós fizermos isso, vamos dar o primeiro passo para que o comércio volte ao centro da cidade”, disse o candidato.
Ensino profissionalizante
Em relação à educação, Viana disse que, se eleito, vai assumir o gerenciamento do ensino médio, hoje a cargo do Estado, e aumentar a oferta de cursos profissionalizantes na área técnica, principalmente os ligados à área de tecnologia. Segundo ele, os alunos da capital têm uma queda no desempenho escolar ao chegar no ensino médio.
Para isso, ele afirma que fará parcerias com o governo do estado, como tem ocorrido com alguns municípios no interior de Minas. O candidato também defendeu uma parceria com a gestão estadual para fazer a integração dos ônibus da Região Metropolitana de Belo Horizonte com o metrô da capital.