A pesquisa realizada pelo Instituto Opus a pedido do Estado de Minas indica que 65% dos eleitores de BH ainda não sabem em quem vão votar para vereador. Ao mesmo tempo, 12% afirmam que já definiram o número que vão apertar na urna, enquanto 23% não sabem ou não responderam. Para além da indefinição do eleitor, levantamento feito pelo Núcleo de Dados do EM junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra uma realidade de muita concorrência nesta face do pleito. Só 12,5% dos concorrentes ao posto realmente terão sucesso em outubro. No total, 67.928 pessoas concorrem a 8.528 vagas nos legislativos municipais.
 
 
O tamanho das câmaras varia bastante. Em Itaú de Minas e Fortaleza de Minas, cidades do Sul do estado, são apenas sete cadeiras em disputa, após mudanças nas legislações municipais reduzirem em dois o número mínimo de nove. O contraponto está em BH, onde 41 vagas estão em concorrência. A capital também concentra o maior número de postulantes a vereador: 867. Depois, aparecem Uberlândia (Triângulo) com 532; Governador Valadares (Rio Doce) com 418; Contagem (Grande BH) com 415; e Montes Claros (Norte) com 402.
 
 
 
 
Se o número de eleitos é proporcionalmente pequeno em relação ao total de candidatos, chama a atenção que 66,6% dos vereadores escolhidos em 2020 vão tentar a reeleição. Por já terem mandatos, esses políticos são sempre considerados favoritos, justamente pelo histórico de votos e pelo acesso a mecanismos como as emendas individuais, fundamentais para manter a base de eleitores fiel a cada pleito.
A concorrência pesada no contexto geral não abarca outras cidades.
 
 
 
Em algumas, cerca de metade dos candidatos será eleita em outubro. Em Pedro Teixeira (Mata), Senador Cortes (Mata), Serra da Saudade (Centro-Oeste), Itambé do Mato Dentro (Central) e São José do Divino (Rio Doce), o número de concorrentes varia entre 16 e 20. Em todas essas câmaras, o número de cadeiras é de nove – o mínimo determinado pela legislação eleitoral, apesar de alterações nas leis orgânicas de cada cidade serem possíveis. Vale lembrar que a quantidade varia de acordo com a população de cada local.  
 
 
Quanto aos partidos, o PSD lidera o número de candidaturas a vereador em Minas com 5.754. A legenda é seguida pelo MDB (5.278), PL (4.860), Republicanos (4.854) e Progressistas (4.715). Tirando Minas Gerais, a maioria dos concorrentes nasceu nos estados de São Paulo (2.451) e Rio de Janeiro (1.005).
Ainda no recorte demográfico, os brancos são maioria entre os candidatos a vereador. No total, 28.921 se identificam dessa maneira, enquanto 28.429 se veem como pardos. Os pretos totalizam 9.711 concorrentes, enquanto 229 se dizem amarelos e 100 indígenas. Além disso, 538 políticos não informaram suas cores ao TSE.
 
 
 
 
A maioria dos candidatos tem ensino médio completo (26.341). Ainda estão na base do TSE 14.092 concorrentes com superior completo, 10.444 com o fundamental incompleto e 8.945 com fundamental completo. A base também registra 3.642 candidatos com médio incompleto; 2.770 com superior incompleto; e 1.691 que sabem somente ler e escrever. Três são analfabetos. 
 
 
Os homens superam o número de mulheres em termos de candidaturas: 65,5% ante 34,5% do total. Independentemente do sexo, são 34.570 concorrentes casados; 23.958 solteiros; 7.251 divorciados; 1.553 viúvos e 596 separados judicialmente.
 
 
 
Entre as profissões, o servidor público municipal se destaca com 4.986 candidatos, seguido pelos empresários (3.872), aposentados (3.321), comerciantes (3.236) e vereadores (3.186).

 
NOVE REGIONAIS
 

A pesquisa Opus foi realizada a partir de entrevistas presenciais nas nove regionais da capital mineira e tem uma margem de erro de 4,1 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) sob a designação MG-01355/2024. Foram feitas 600 entrevistas entre 13 e 15 de agosto deste ano.
compartilhe