A deputada federal e candidata à Prefeitura de Belo Horizonte pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Duda Salabert, afirmou que pretende criar um eixo no governo municipal direcionado aos povos originários. Ela afirmou que pretende consultá-los antes de realizar obras públicas.

 

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A afirmação foi feita durante visita ao Quilombo Manzo, comunidade localizada no bairro Santa Efigênia, em BH. Na ocasião, a deputada ouviu a comunidade quilombola Manzo, juntamente com a candidata a vereadora pelo Psol Juhlia Santos, que compartilhou com Duda a importância da Serra do Curral para a ancestralidade e a religiosidade do grupo.

 

"A Serra do Curral é o Manzo e o Manzo é a Serra do Curral", afirmou Duda. Os integrantes do quilombo também compartilharam os prejuízos da urbanização em relação aos costumes tradicionais, como o ir e vir em "solo sagrado". "Até onde vai o limite da urbanização dos povos tradicionais?", questionou Cássia, liderança do Quilombo Manzo.

 



 

Duda afirmou que um dos seus planos de governo é realizar consultas com o povo tradicional antes de realizar obras públicas. "Teremos um eixo especial para povos e culturas tradicionais. Qualquer construção na cidade terá com critério principal a consulta as comunidades e povos tradicionais", afirmou a candidata, que admitiu que estar presente no Manzo é uma realização pessoal.

 

"A gente tem que mostrar que Belo Horizonte foi construída pelas mãos, pela cabeça de pessoas pretas e reconhecer essa importância para a formação da cidade. Não podemos endossar o apagamento que foi marcado nessa cidade. O Quilombo Manzo é símbolo do passado e presente de como que essa cultura está sempre se mantendo viva e forte e como marca da resistência na cidade", afirmou a candidata.

 

 

"Temos que fortalecer a retomada da tradição, da cultura ancestral, que foi historicamente apagada, mas que existe e está viva ainda hoje. E Belo Horizonte tem um compromisso de mostrar a importância dessa tradição na criação da cidade", continuou Duda, afirmando que planeja combater o racismo estrutural e religioso nas escolas.

 

A atual deputada federal ainda assumiu um compromisso em uma assinatura simbólica com os povos tradicionais. "Assumimos o compromisso de conversar com o Governo Federal para a demarcação dos territórios quilombolas, não só em Belo Horizonte e Minas Gerais, mas no Brasil, porque não podemos entender como natural o governo ignorar a importância e a relevância cultural, histórica, política dos quilombos para superação da crise climática", explicou Salabert.

 

 

Plantio de árvore

A candidata também realizou o plantio de uma árvore ipê na Mata da Baleia, próxima ao Quilombo. A intenção inicial era o plantio de Baobá, planta ancestral com valor religioso, mas, em razão da grande incidência de queimadas na Serra do Curral, uma planta com proteção ambiental foi escolhida.

 

"A gente entende como um processo racista, porque pra gente, o Baobá é muito simbólico e tem toda uma representatividade, e não encontrar facilmente essa muda também faz parte de um processo de higienização e racista de apagamento do nosso simbólico", considera Juhlia. 

 


*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

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