SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pablo Marçal (PRTB) tem 5% de intenções de voto entre eleitores que votaram no presidente Lula (PT) em 2022 e foram chamados de idiotas nesta segunda-feira (2) pelo influenciador e candidato a prefeito de São Paulo.
O dado é de pesquisa Datafolha feita nos dias 20 e 21 de agosto.
O índice não variou desde o levantamento anterior, de duas semanas antes, em contraste com outros grupos que ajudaram Marçal a crescer. No resultado geral, o candidato do PRTB subiu sete pontos percentuais, atingiu 21% e empatou tecnicamente com os rivais Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), com 23% e 19%, respectivamente.
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A intenção de votos do autodenominado ex-coach entre os que votaram em Lula é levemente superior, por exemplo, aos 3% que Boulos acumula entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - ainda que dentro da margem de erro de cinco pontos percentuais para esses grupos.
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Marçal foi questionado no programa Roda Viva, da TV Cultura, sobre uma fala sua ao podcast Flow de que, "no processo eleitoral, você tem que ser um idiota" porque "infelizmente, a nossa mentalidade gosta disso".
Ele foi perguntado se fingir ser algo que não é para conseguir votos não seria a mesma tática de políticos tradicionais que ele critica. Citou, então, os processos e a condenação na Operação Lava Jato do atual presidente e falou: "quem votou no Lula deve ser idiota, só pode".
"Porque tudo o que foi feito, roubo daquele, mais de R$ 1 trilhão, mais de dez processos, nove anos de condenação, três instâncias, 580 dias de cadeia. Ele agora com dois anos [de mandato], não vejo ninguém falando do rombo de R$ 1 trilhão fiscal, colocou dez novos impostos, só pode ser idiota para votar na pessoa de novo."
Lula chegou a ser condenado pelo então juiz Sergio Moro e por tribunais superiores na Lava Jato, mas os processos foram anulados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por duas justificativas técnicas: a de que Moro agiu com parcialidade para punir o líder petista e a de que as causas deveriam ter tramitado no Distrito Federal, não no Paraná.
O déficit fiscal nominal que Marçal menciona, no momento de R$ 1,07 trilhão, representa todo o setor público, incluindo estatais, estados e municípios. Já o déficit primário, que aponta de forma mais direta o saldo entre receitas e despesas federais, está em R$ 258 bilhões no acumulado de 12 meses.
Ao se opor a Lula, o influenciador cresceu significativamente entre eleitores Bolsonaro, de acordo com os últimos dois levantamentos do Datafolha. Ele saltou de 29% para 44% e ultrapassou Nunes, que oscilou de 38% para 30%, passando a liderar com folga as intenções de voto desse grupo.
Já entre os eleitores do atual presidente, quem continua dominando é Boulos, seu apadrinhado político, que tem 44% nesse segmento. Atrás dele, estão Nunes, com 14%, e depois o apresentador José Luiz Datena (PSDB) e a deputada federal Tabata Amaral (PSB), com 10% cada um.
Outros grupos que ajudaram o influenciador a disparar foram evangélicos, brancos e pardos, além da faixa de 35 a 59 anos de idade, pessoas que completaram o ensino médio ou superior, e quem tem renda familiar de dois a cinco salários mínimos (cerca de R$ 2.800 a R$ 7.000).