Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, tenta a todo custo desvencilhar sua imagem da do ex-prefeito e ex-governador João Doria. Durante sabatina realizada pelo "UOL" em parceria com o jornal Folha de S. Paulo, ele chamou o ex-prefeito de “traidor”.
A fala aconteceu logo após a jornalista Raquel Landim dizer que Marçal inflou dados sobre desemprego. O candidato prometeu a criação de dois milhões de postos de trabalho em quatro anos, enquanto a cidade tem 499 mil desempregados, segundo dados do CEAT (Centro Educacional Anísio Teixeira).
Em contrapartida, Marçal defende que 1,5 milhão de empregos serão para os “desempregados profissionais”, que seriam as pessoas que vivem com medidas de assistencialismo. Landim rebateu com um dado de criação de postos de trabalho na cidade que, desde 2007, acumula 770 mil cargos. É então que Marçal traz Dória à tona.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
“É por isso que você tem que votar no Marçal. Nenhum deles tem essa mentalidade. O único que tinha essa mentalidade de empreendedor é o traidor, que é o Doria”, acusou.
Outro momento em que Marçal citou Doria foi durante o debate sobre saúde. Fábio Haddad, editor da Folha, questionou sobre a proposta de zerar a fila da saúde com parcerias com a iniciativa privada e ocupar vagas ociosas em hospitais privados, o que assemelharia ao Corujão da Saúde, medida do governo Doria que ampliou o horário de atuação dos serviços públicos de saúde e firmou parcerias com a iniciativa privada.
Em 2017, a prefeitura anunciou que, em 83 dias do projeto, conseguiu zerar a fila de realização de exames na cidade. No entanto, apesar do impacto positivo no primeiro momento, a iniciativa não resolveu o problema na cidade, que ainda possui uma longa fila de espera para atendimentos e procedimentos do SUS.
Entre as diferenciações que Marçal aponta entre seu projeto e o de Doria está o fato de o empresário ter deixado a prefeitura. “Ele fez um governo de seis meses, empolgou e foi tentar o governo e largou o governo. Ficou um ano e 90 dias e as coisas que ele ficou testando e funcionando foram por água abaixo”, afirmou.
Essa não é a primeira vez que Marçal tenta se descolar da imagem de Doria. “Eu não tenho nada a ver com o [João] Doria. O Doria é da turma do [Ricardo] Nunes. Então, se ele fez isso [doava seu salário de prefeito], eu já não vou fazer em homenagem a não seguir o caminho dele", afirmou em sabatina Folha/UOL em julho. No entanto, o coach colocou vários ex-secretários de Doria em sua equipe, além de adotar um discurso parecido de que não é político.