Elizabeth Leitão em 2011, durante audiência pública sobre o Plano Diretor de Betim
       -  (crédito:  Moisés Silva/EM/D.A Press)

Elizabeth Leitão em 2011, durante audiência pública sobre o Plano Diretor de Betim

crédito: Moisés Silva/EM/D.A Press

Morreu nesta quarta-feira (4/9), aos 79 anos, a educadora Elizabeth Leitão, que lutava contra um câncer. Psicóloga e educadora, ela entrou para a história de Belo Horizonte por ter sido coordenadora da implantação do Programa Bolsa-Escola na capital mineira, em 1996. Não houve funeral: Elizabeth optou por doar os órgãos e o corpo, que foi encaminhado pela família para pesquisa médica na UFMG. Ela era a irmã mais velha da jornalista Míriam Leitão.

 

 
"Belo Horizonte foi a terceira cidade do Brasil a adotar o Bolsa-Escola, sob a orientação da Beth", destaca Sérgio Abranches, cunhado da educadora. "A Elizabeth era uma pessoa muito dedicada à questão social desde que eu a conheci. Sou amigo dela há 30 anos", diz. Para o familiar, a humanista "passou a vida inteira se dedicando às pessoas".

 

Elizabeth Leitão foi professora da Faculdade de Psicologia da UFMG. Além da carreira acadêmica e do trabalho como educadora, ela atuou ativamente na área de proteção à juventude. Participou de discussões para a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e ajudou a formatar o Disque Direitos Humanos (Disque 100), que recebe denúncias de violações contra a vida.

 
Entre os trabalhos realizados por Elizabeth Leitão está a luta contra a prostituição infantil, inclusive a de indígenas. Os povos originários despertavam uma verdadeira paixão na educadora, que viajou pela Região da Amazônia realizando pesquisas e ações sociais. Ela deixou um filho e dois netos.